terça-feira, 29 de outubro de 2013

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Logo após os afagos e toda a demonstração de carinho, Henrique começou a falar: – Meus caros amigos encarnados e desencarnados, muito agradecemos por vocês estarem aqui e se proporem a estar do nosso lado nesta batalha. Não será fácil, mas estamos confiantes no pai amado e buscaremos dar o nosso melhor. A partir de agora, estaremos juntos usando o fluido anímico de cada um de vocês, conforme as necessidades de nossa missão: – Como serão estas missões? – perguntou um dos encarnados. Foi João quem respondeu: – Faremos socorros em várias regiões umbralinas, amigos. Visitaremos alguns centros espíritas e também centros de umbanda, mostrando os diferentes trabalhos realizados na seara do pai amado. – E por que só agora a espiritualidade resolveu divulgar este tipo de trabalho? Foi Felipe quem respondeu dessa vez: – Caros amigos, vossa ignorância me surpreende. Porém, a espiritualidade trabalha por vós, incansavelmente, e não é apenas algo de agora. Pois, muitos já o fazem no mundo físico. Não seremos os últimos e nem os primeiros a ir à frente de batalha para mostrar o trabalho divino. Porém, quantos encarnados estão dispostos a estarem nas frentes de trabalhos? Como estes que, segundo vocês, são sacrificantes? Quantos se dedicam aos estudos? Quantos de vocês querem realmente abrir mão de comportamentos fúteis, para servir no bem, por algumas horas? Não faltam espíritos de todas as denominações religiosas, crenças e doutrinas, mas o que falta são ferramentas para esses espíritos trazerem do além-túmulo suas experiências. Nisso, alguns estavam de cabeça baixa, envergonhados, outros emocionados por saberem da realidade espiritual e do quanto é difícil para a espiritualidade ter ferramentas de trabalho apropriadas. Nesse momento, disse-nos Jurema: – Meus filhos, esta casa esteve e sempre estará de portas abertas para atender a todos e foi projetada na espiritualidade para ser um lar para todos que trabalham contra a injustiça e o preconceito, pois esta não é apenas uma casa espírita, mas sim uma casa de Jesus e nosso mestre maior nunca se preocupou com religião, mas sim com o coração dos filhos de Deus. Mas, no decorrer do tempo, a fisionomia, as vestes, a maneira de falar foi se tornando mais importante do que as necessidades dos nossos irmãos que, no entanto, precisam de luz e de amor. Por isso, esta casa dá voz e acolhe a todos com muito orgulho, quer sejam médicos, cientistas, índios, pretos velhos e tantos outros espíritos.Todos trabalham nesta casa em harmonia, sem se preocupar com a forma perispiritual que o outro escolheu como veste, pois isso é muito insignificante perante o nosso propósito. A cidade de Aruanda é uma cidade que há muito nos ajuda nesta casa, mesmo sem o conhecimento de vocês encarnados. Então, chegou nossa hora, ou seja, de retribuir o amor a nossos amigos. Porém, nenhum de vocês é obrigado a nada e, se não se sentirem à vontade, vocês têm todo o direito de dizerem não. Nesse momento, os índios Pena Branca e Cobra Coral começaram a cantar: – O mareou najé o mareou najé ou mareou o mareou najé ou mareou naja eu quero ver... Nenhum trabalhador saiu da sala e nós, mensageiros de Aruanda, os aplaudimos de pé. A reunião ainda durou algum tempo e, quando João a deu por encerrada, o dia no plano físico já começara a nascer. Então, Maria olhou para mim e disse: –Está preparado, Manoel, meu querido? Pois iremos acompanhar o médium até seu corpo físico e é hora de você rever alguns dos que ama. Meus olhos marejaram e indiquei com um gesto que estava pronto. Henrique, Felipe e Pena Branca também iriam conosco. De mãos dadas, formamos um circulo e, em um piscar de olhos, eu estava em frente a uma casa simples, que tinha um Preto Velho sentado no portão e um Índio andando pelo seu quintal. O Preto Velho levantou a cabeça e disse-nos: – Sejam bem-vindos. Como vai Ortêncio? Eu o cumprimentei e ele nos deu passagem. O Índio apenas sorriu e nada nos falou. Entramos e notamos que alguns moradores já estavam acordados. Eu estava ali parado, vendo minha filha, que tanto amei, preparando aquele café com todo o carinho aos filhos que iam acordando e a beijavam. Seu marido brincava com os meus netos já homens adultos. Meu Deus! Quanto tempo eu fiquei fora, eles acordavam sorrindo e brigando uns com os outros, para ver quem buscaria o pão. Nosso médium logo acordou e disse: – Mãe hoje eu sonhei com o vô, ele estava lá no núcleo espírita e cantava uma música estranha. Ela sorriu – vi em sua face um sorriso sofrido, cheio de saudade – e lhe disse: – Ele deve te ido te visitar. Outro neto disse: – Eita, velho macumbeiro, foi cantar música de macumba no centro espírita. Então, todos riram, e eu chorava de saudades, mas também de orgulho por não ter sido esquecido! Por todo o café da manhã, eles falaram do velho Ortêncio com muito amor...

4 comentários:

  1. divino e esclarecedor... estou adorando .espero q no demore muito a proxima pagina....grandioso teu trabalho. ..Fique com deus

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    1. Agradecemos fenix sua vibração por nosso trabalho, estamos trabalhando para que o intervalo de uma pagina para a outra diminua... Que Deus te abençoe hoje amanha e sempre...

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    2. Olá, estamos de volta através do link:
      mensageiro-de-aruanda.blogspot.com.br

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