terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Paginá 35

Entrei na Casa Espírita que nos abrigara com a criança nos braços e o rosto coberto por lágrimas de compaixão e de alegria, pois eu, mais uma vez, fui usado por algo maior que nossa missão: o amor e a caridade ao próximo. Imediatamente, dois socorristas nos indicaram uma maca em que deitamos a frágil menina que dormia. Apesar de seu perispírito estar muito castigado, ela parecia agora estar tranquila. O tratamento do seu perispírito começou, imediatamente, através de passes magnéticos, enquanto a esta altura toda a equipe de mensageiros nos observava, esperando respostas que foram dadas por Felipe, que deixou nossos amigos a par dos acontecidos. Logo depois de sua explicação, João Guiné foi o primeiro a comentar: – Viu só, fio Humberto, como é que  chegam os espíritos nessa instituição? Trazidos pelo amor, nos braços da caridade do Pai Maior e pela justiça universal, que não deixa que ninguém passe pelo que não se deve passar. – Mas, e esses espíritos que se encontram aqui presos a correntes energéticas e que estão apenas esperando uma oportunidade para fazer o mal aos que aqui vêm? Como podem eles também ser movidos pelo amor, João? – perguntou Humberto. Confesso a vocês que essa seria minha pergunta também. – Fios, já dizia um apóstolo de Jesus que o ódio é apenas o amor doente, pois em algum momento dessa vida ou de outra esses que estão no mal amaram e adoeceram. É nossa obrigação ajudar e não julgar os fios que precisam de remédio. Quantos de nós já não estivemos doentes de orgulho e cegos por paixões mundanas que nos desviaram do caminho? Quantos de nós já não fomos o chicote que açoitou o inocente Cristo e nem por isso ele nos condenou ou blasfemou contra o Pai maior. Que Ele seja nosso exemplo e que possamos dedicar nosso amor a esses irmãos sem nos preocuparmos por quais portas eles entraram. Envolvidos pelas palavras do Preto Velho, nem percebemos que o irmão encarnado e que fazia o evangelho para aquela assembleia de encarnados era usado, por sua vez, para transmitir as palavras do Preto Velho àqueles que não poderiam ouvi-las, como nos estávamos ouvindo. Do homem no púlpito saiam luzes multicoloridas que banhavam os encarnados presentes e que também serviam de calmante aos espíritos em baixa vibração, o que ajudava as equipes da casa a se aproximarem com mais tranquilidade de todos aqueles que ali se encontravam. A reunião chegara ao fim no plano físico, mas no lado espiritual começaria um trabalho mais delicado: o de transportar os que aceitaram ajuda para o hospital da colônia recanto de irmãos e que se localizava naquela região. – Amigos, iremos acompanhar um irmão que não quis nossa ajuda no momento para tentarmos de alguma forma inspirá-lo a deixar os antigos hábitos. – disse-nos Henrique. Assim sendo, saímos pelo portão da casa caminhando, pois aquele espírito parecia não conhecer as leis do pensamento. Ele, na verdade, caminhava na escuridão de seus pensamentos sem perceber nossa presença. Já estando na meia idade, o senhor usava um paletó azul, tinha a pele branca e cabelos grisalhos e resmungava. Lamentando sua sorte, dizia: – Olha como são as coisas! Mais uma vez fui enganado, mulher. Aquele povo do cemitério disse que eu encontraria ajuda aqui e eu vim, mas eles querem é me separar de você. Como posso viver sem você, minha velha? Já basta o que fizeram os traidores dos nossos filhos, que fingem não me ouvirem e até a casa trancam para que eu não entre lá. Por isso hoje tenho que voltar e ficar do seu lado. Então, ele caminhou pelo meio dos encarnados por algum tempo até parar no portão de um cemitério e entrou, rumo à escuridão da noite, na terra dos mortos. Meu coração parecia que ia saltar pela boca, pois eu não queria voltar a um lugar como aquele e, por alguns instantes, o medo tomou conta de mim. Foi quando Maria segurou minha mão e disse-me: – Acalme-se Manoel. Desta vez, nós estamos aqui e, diferentemente do que você pensa, a morada dos mortos não é uma terra sem lei ou esquecida por Deus e sua misericórdia. Fui me acalmando e, sem o véu da ignorância e do medo, mais uma vez me surpreenderia com a magnitude divina, pois as lições que teria ali somente poderiam ser aprendidas quando o aluno soubesse que a terra dos mortos não era diferente de nenhum outro lugar, uma vez que o Pai Maior age em todo o universo, basta que nos libertemos de nossas mazelas e abramos nosso espírito para o aprendizado sem preconceitos e, então, foi isso o que tentei fazer. Assim que me acalmei, vi uma legião de espíritos de todos os tipos, crenças e raças trabalhando em prol de algo que eu não entendia até aquele momento, ou seja, de que as terras de Omolu eram um lugar de vida em abundancia e a morte ali não fazia morada...

5 comentários:

  1. Que Deus todos os dias possam acompanhá-lo...Minha familia toda ja conhece a historia de Manoel, a cada pagina eu faço questao de imprimir e entregar a cada um para que leia...e dessa vez quem chorou foi eu

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    1. Nathalia suas lagrimas são também nossas minha amiga pois seu comentário encheu nosso coração de alegria em especial o meu e aqui de nossa cidade sentimos sua vibração de amor,que Jesus te abençoei fia e que seus caminhos sejam banhados de luz amor... João Guiné

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    2. Olá, estamos de volta através do link:
      mensageiro-de-aruanda.blogspot.com.br

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  2. Gratidão por mais uma Pagina meu Irmão, ao Irmão Ortêncio e a toda equipe que o assiste e é claro a ti que como medianeiro tem se colocado como fiel aparelho comunicador... Deus vos abençoem neste difícil labor de desvelar a vida nos planos espirituais mais sublimes! Paz e Luz...

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    1. Olá, estamos de volta através do link:
      mensageiro-de-aruanda.blogspot.com.br

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