tag:blogger.com,1999:blog-48603158353820608692024-03-13T10:41:14.224-03:00Mensageiro de AruandaMensageiro de Aruandahttp://www.blogger.com/profile/08010220269758840288noreply@blogger.comBlogger76125tag:blogger.com,1999:blog-4860315835382060869.post-49987493289380806312016-06-28T17:54:00.001-03:002016-06-28T17:54:12.001-03:00Livro 2 Página 4<div style="text-align: justify;">
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Penetrar na minha profundeza poderia trazer consequências desastrosas se eu não estivesse preparado quando fora colocado nos aparelhos. A partir de então, comecei a andar pela minha escuridão e percebi que ali era apenas eu comigo mesmo. Logicamente, os espíritos que trabalhavam naquele departamento tinham técnicas especiais e estavam preparados para me trazer de volta caso o meu consciente se perdesse diante do que ia encontrar. Sem que eu soubesse, parte da equipe de mensageiros se faziam presente também, Maria, João e Felipe juntamente com Humberto, o qual anotava tudo já que gostaria de levar o trabalho para sua colônia.</div>
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E, então, encontrei minha mãe. Foi minha primeira visão: uma descendente de índios, já velha, sentada em uma cadeira de um quarto branco. Seu rosto era marcado pela idade avançada. Sentei-me ao lado dela, que sorriu sem nada dizer, enquanto eu já estava em lágrimas. Há muito não via minha mãe e até achava que ela já havia retornado à terra para uma nova experiência. Nada foi dito, pois não era necessário, ali fiquei, saboreando aquele amor e energia que só as mães têm. Foi quando comecei a entender a figura tão simbólica das mulheres e principalmente de Maria ao lado de Jesus. Sem ela, tive a certeza, Ele teria sucumbido diante das dificuldades que lhe apareceram na vida. Eu fui o primeiro a falar: - Eu chorei muitas noites com saudades de você. - Eu estava lá Ortêncio. - Eu tive filhos, formei família. - E eu estava lá... - Eu tive momentos de desespero, mãe, quando, muitas vezes os filhos de Oxalá me viraram as costas! - E eu estava lá, filho. Eu sabia de tudo e a tudo assistia com o meu coração de mãe e, quando podia, interferia. Mas a vida na carne foi feita para ser vivida por quem está na carne e não pelos espíritos. O que você acha que eu estou fazendo aqui, agora? Hoje, Ortêncio, eu estou aqui para ser o seu porto seguro, como sempre fui, mas a vida que foi vivida e está escondida dentro de você é sua e não minha. Meu papel é fazer o que toda mãe faria. Maria estava lá, mas a obrigação de levar o evangelho era de Jesus. Maria estava lá, mas Jesus era o cordeiro. E se Maria não estivesse lá, filho? Talvez a história fosse diferente, porém, mais cedo ou mais tarde, Jesus teria cumprido sua missão. Mães, ou qualquer outro espírito que passe por nossa vida, não a viverão por nós. Ajudarão tão somente, o que é bem diferente. Por isso, filho, não culpe o outro, as suas ações são responsabilidades suas e não de qualquer outro, seja este outro ausente ou presente. As escolhas, enfim, foram feitas por você. Eu não escolhi que você morresse, pois isso ninguém escolhe, mas podemos escolher entre fazer disso nossa decadência ou tão somente viver o luto e depois seguir em frente. Nossas escolhas nos dizem quem seremos lá na frente e sobre as dificuldades que enfrentaremos, por isso elas são tão importantes. Há 5 encarnações suas, Ortêncio, a espiritualidade planeja este momento, contudo, isso aconteceu não porque o trabalho foi planejado em demasia ou porque tenha faltado organização no planejamento, para que resultasse em tanta demora. Foram suas escolhas que fizeram com que isso acontecesse somente agora. - Você veio aqui me alertar sobre isso, né mãe? Sobre o quanto é importante eu saber das minhas responsabilidades quanto espírito individual e o quanto isso poderá influenciar na minha vida a partir de agora. - Sim filho, mas principalmente venho alertar para que você tire a culpa das suas costas. Responsabilidade pelos próprios atos é diferente de culpa. A culpa é o que atrasa o crescimento espiritual, ela é que nos leva a tristezas e depressões, sentimentos que vêm causando sérias complicações, e de todas as naturezas, aos espíritos. Esse sentimento, que é confundido com a responsabilidade, vem trazendo ao mundo físico e espiritual muita dor e que poderia ser evitada. A culpa por não amar com se deveria ter amado, a culpa por não agir como se deveria ter agido e até a culpa por não se conhecer como deveria ter se conhecido. Tais culpas são portas para a obsessão, para a depressão, para o suicídio e para a paralisia espiritual. Eis o meu alerta a você filho: olhe as coisas com a responsabilidade devida. Como o pássaro que constrói seu ninho e que, mesmo quando logo após venha a sofrer uma tempestade que o derrube, ainda assim ele não para. Depois do vendaval, ele retoma seu trabalho. É isso que esperamos que você faça! Que depois de tudo o que aprendeu ou veio a saber, você não pare, continue construindo sua trajetória, pois cada um faz sua escolha, cada um faz o que sua consciência determina. Os senhores do mal são poderosos e escravizam aqueles seres que sofrem ao lado deles, mas da mesma forma que tivemos a luz do mestre Jesus a nos guiar, eles também a têm, basta que queiram escolhê-la, pois, se assim não fosse, Deus seria injusto com seus filhos, o que não é absolutamente o caso. </div>
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Eu ainda refletia acerca das palavras de minha mãe, quando o quarto foi escurecendo e, então, ela carinhosamente se levantou, sorriu para mim e disse-me: - Eu estarei aqui como sempre estive, acalmando as tempestades ao seu lado. E, então, ela foi sumindo e eu me vi em uma caverna escura, sentado em uma mesa rodeado por seres do mal. Quando ouvi Malaquias que dizia: Mestre, é hora de atacar...</div>
Mensageiro de Aruandahttp://www.blogger.com/profile/08010220269758840288noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4860315835382060869.post-36687234115619719722016-06-06T13:55:00.001-03:002016-06-06T13:55:22.408-03:00Livro 2 Página 3<div dir="ltr" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif;">
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background-image: initial; background-repeat: initial; font-family: Arial, sans-serif; line-height: 13.5533px;">Pensei que André iria descansar após a grande emoção que passara, mas os enfermeiros, logo após tirarem-no do salão, o levaram para uma outra ala do hospital. Agora, nos encontrávamos em um espaço com algumas dezenas de máquinas, que mais pareciam aparelhos de tomografia, porém, apropriada apenas para a cabeça, seu corpo ficava estirado em uma cama enquanto a cabeça permanecia dentro de um cubo, posto na extremidade. Nela, foram ligados fios que pendiam do tubo, eram tantos que pareciam teias de aranha, sobretudo por suas cores prateadas. Encimando o aparelho havia uma tela de tamanho médio. Ela transmitia o que André pensava ou sonhava naquele momento. Existia uma mesa em frente a uma cadeira, de onde um enfermeiro assistia e tomava nota de tudo que achava importante para o tratamento de André. Isso acontecia ao mesmo tempo com outros espíritos dentro da sala. O trabalho, segundo Mariana, às vezes duravam semanas ou minutos. Então, voltei minha atenção a uma senhora deitada a uns três aparelhos depois de André e, como se diz por aqui, soube logo que nada é por acaso e sempre estamos onde deveríamos estar, fui caminhando lentamente e as imagens de sua tela iam me chamando cada vez mais atenção. Tratava-se de uma escrava negra de olhos de jabuticaba, tinha seu cabelo encaracolado amarrado com uma fita, as vestimentas simples e os pés descalços. Ela cantava em um campo de café, com saudades de sua terra e louvava suas tradições. Ao lado dela uma senhora pedia que parasse, pois naquele dia o Capitão do Mato estava pior do que de costume. Dizia ela: – Filha minha, pare de provocá, em nome de Olorum, pois tu sabe que Justino hoje está com o cão no corpo e te colocará no tronco. A menina ria alto e dizia: – Ah, vó, eles já calam meu corpo, prendem, e fazem dele o que qué, mas meu espírito e meus sonhos de liberdade não serão calados por esses demônios. – Filha minha, tenha paciência, pois Deus olha por nosso povo e logo, filha, estaremos libertos de todo o sofrimento. Antes que terminasse de falar, o chicote de Justino desceu do céu, encontrando as costas de vó Catarina, que caiu ao chão. – Velha maldita, sempre incentivando esses negos fedidos a terem esperança. Ele não parou de bater, enquanto esbravejava: – Olhem malditos o que faz a esperança com vocês! A neta de Catarina em prantos pedia misericórdia para sua vó, que nem na lavoura do café deveria estar mais, devido sua idade avançada. Mas, devido a beleza de Marta, a senhora castigava a todos os que se lhe aproximavam. A senhora era uma mulher boa, mas que se entregava aos sentimentos obscuros de quem vivia se servindo da escravidão e que se misturavam com o ciúmes doentio de um marido boêmio, cuja índole era no mínimo questionável. Seu principal passatempo era violentar as negras de suas propriedades. Já o Capitão tinha uma paixão pela neta de Catarina e a castigava sempre, pois para Justino ela só se deitava com os homens da Casa Grande. Mal sabia ele o quanto Marta sofria com tudo que vivia naquela época de dor e sofrimento. As chicotadas só cessaram quando o braço do feitor cansou e o corpo da velha Catarina já lavado de sangue se encontrava desacordado. Os negros do cafezal passaram a entoar um canto de lamento, sabendo que Catarina dali não levantaria mais. A imagem foi mudando, e logo reconheci meu terreiro em um domingo de consulta: a casa estava, como sempre, cheia daqueles que buscavam auxílio e os conselhos de Oxalá. Eu logo reconheci Catarina sentada, esperando sua vez e acompanhada de Justino que agora era seu marido. Os dois, com a fisionomia muito preocupada, traziam consigo uma criança que logo deduzi ser Marta. Esse era o plano divino: uni-los pelo amor que deveria existir no lar. Juntamente com eles havia uma quantidade de espíritos que os ofendiam e gritavam chamando a agora jovem Catarina e a pequena Marta de traidoras. Logo a família foi chamada a entrar no local em que eu me encontrava mediunisado e, através de mim, Ubirajara, usando o nome de Oxalá, analisou-lhe o caso. Sentando-se, Catarina imediatamente entrou em prantos e segurando minha mão disse: – Oh meu pai Oxalá, tem piedade de nós e nos ajude em nome de Deus! – O que eu posso fazer pela fia? – respondeu Ubirajara. Ainda em prantos, ela começou a contar o que acontecia: – Pai, nós não temos paz! Desde o nascimento de nossa filha, as coisas começaram a andar para trás em nossa vida. Nos primeiros anos de vida, ela foi uma criança normal, mas, ao completar seis anos, ela começou a ter convulsões e ao voltar delas nos agride, não fala coisa com coisa, nos xinga e diz que pagaremos por trair nosso povo. E isso, meu pai, tem acabado conosco, que sonhamos tanto em ser pais. Justino segurava a mão de sua esposa e nada falava. - E o filho? Como se sente com tudo isso? – perguntou Ubirajara. – Eu, meu pai, estou desesperado sem saber o que fazer, às vezes, sinto-me culpado por tudo e tenho vontade de sumir. Já levamos nossa menina em vários médicos, que nada encontram nela. Por um segundo Ubirajara analisou a menina no plano dos espíritos, onde alguns dos seus algozes eram tratados, orientados pela equipe da casa. – Fios, tenham paciência, pois essa é uma batalha a ser vencida com amor. Tem coisas na vida que sempre nos encontrarão, onde estivermos, e é nosso dever enfrentá-las com o coração, cheios de amor. Esta família não se formou por acaso e terá que enfrentar o ódio de outrora com o amor de agora. Esse é o plano do Pai maior! E, dito isso, foi receitado a eles os tratamentos da casa. A tela mais uma vez mudou, e, anos depois, vi Catarina de amarelo frequentando o terreiro junto com seu marido: a filha tinha se tornado uma linda jovem e, da assistência, acompanhava os pais com o sorriso no rosto. Logo, ela também trabalharia sua mediunidade. A tela, por fim, mudou para o dia do meu velório e lá estava aquela família orando por mim: a ainda jovem Marta chorava minha morte junto com os pais, e, dessa vez, eu é que fui tomado pela emoção, sendo sedado e colocado também numa máquina, pois chegara a minha hora, de encontrar-me comigo mesmo...</span></div>
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<div class="yj6qo ajU" style="background-color: white; color: #222222; cursor: pointer; font-family: arial, sans-serif; margin: 2px 0px 0px; outline: none; padding: 10px 0px; width: 22px;">
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Mensageiro de Aruandahttp://www.blogger.com/profile/08010220269758840288noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4860315835382060869.post-44606869244718800832016-03-13T08:53:00.002-03:002016-03-13T08:53:11.293-03:00Livro 2 Página 2<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px;">
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background-image: initial; background-repeat: initial; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 17.12px;">Mariana me intrigara com sua pergunta, por que eu não iria querer desvendar minhas profundezas, se isso era tudo o que mais queria naquele momento? Ainda mais depois de uma temporada na escuridão, buscando aprender; pois eu voltara com mais dúvidas sobre mim do que com respostas e precisava saber o que me levara a trabalhar para o mal e por que devia tanto a Malaquias, visto que ele precisava de minha ajuda mais do que nunca. – Ortêncio – disse Mariana com sua voz suave – a maioria dos espíritos preferem deixar sua parte mais obscura em sua profundeza, uma vez que não é fácil se encontrar com o seu verdadeiro eu e saber quem se é de verdade. Não quero ofender o amigo, mas aqui é muito mais escuro do que as cidades que você visitou nas profundezas, este é o maior desafio do encarnado e continua sendo logo depois de ele desencarnar. Assim sendo, espero que minha pergunta não o tenha ofendido. – Não Mariana, você não me ofendeu, fiquei ainda mais curioso a respeito do que vou enfrentar e me sinto preparado e necessitado de tal experiência para assim continuar meu trabalho junto aos que ainda vivem na carne. Não quero deixar nenhuma ponta solta. – Curiosidade, meu amigo, é diferente de estar preparado. Concordo plenamente que não há outro caminho a seguir na evolução do espírito do que tomar a estrada que o leva ao autoconhecimento. Mas, isso não deve ser feito por mera curiosidade, espíritos mal preparados para esse momento tendem a cair em um abismo profundo de arrependimento, mágoas e remorsos. Mostrarei nosso trabalho antes que você decida se realmente quer passar por esta etapa agora, porém, lembro-lhe amigo Ortêncio, que esse é só o primeiro passo de muitos que você dará, pois somos eternos e o estudo de si mesmo dura uma eternidade. – Valei-me meu Pai Oxalá! – falei em tom de brincadeira. – Eu os deixarei agora, pois o trabalho me espera – disse-nos Iara, assim se despedindo e me deixando com Mariana. Como era de costume em Aruanda, as fachadas das construções não correspondiam ao tamanho que as mesmas tinham em seu interior e, ao penetrar na simples cabana, se eu já não estivesse morto morreria, tamanho impacto, pois me encontrava em um dos maiores e melhores centros neurológicos que a Terra pudesse imaginar. A primeira sala na qual entrei parecia ser um grupo de apoio com pessoas contando suas histórias. Contudo, todas usavam tocas magnéticas. Aqui, Ortêncio, analisamos o que as lembranças podem causar no espírito. Estas tocas magnéticas transmitem dados aos nossos trabalhadores e que se encontram em uma sala paralela a essa. Elas capitam tristezas, alegrias, e os danos que esses sentimentos podem causar ao espírito, além de possíveis benefícios. Apenas depois de passar por este teste é que o espírito começa realmente seu ingresso nas profundezas. Portanto, aqui eles contam suas trajetórias até o momento, ou o que se lembram dela, pois, como você já sabe, esta história de acordar no mundo espiritual lembrando de todas as encarnações e de tudo o que nesse plano combinou quando se preparava para elas, isso é tão somente para poucos seres de luz e amor. Nós, que nos encontramos em um processo lento de evolução, precisamos trabalhar muito para isso. – O que se faz aqui para que eles falem é a mesma técnica dos grupos de apoio da Terra? – perguntei. – Isso mesmo, porém aqui usamos técnicas um pouco mais eficientes e os inspiramos mesmo para que cada espírito que aqui venha possa se libertar de todos os medos e se coloque no lugar do seu próximo, com paciência e humildade. Repare que todos usam tocas, não só aquele que conta sua história no púlpito, ou seja, para que nenhuma sensação seja perdida ou desperdiçada. – Eu terei que me expor para todos os que aqui estão? – Sim, meu amigo, todos aqui falarão. Alguns estão há anos apenas ouvindo e isso também é válido. Pois as histórias dos outros já mudaram suas vidas e seu modo de ver o passado e o futuro, embora ainda não se sintam preparados para se expor. E isso não necessariamente perante o outro mas diante de si mesmos, pois falar de si para o outro é a parte mais fácil do processo, falar de si para si mesmo é que é o complicado. Ficamos, então, em silêncio, pois um jovem subira no púlpito e entre lágrimas nos contaria sua história: – Que Jesus me proteja, pois só eu sei o quanto sofro e aqui estou há 5 dias ouvindo aos nossos irmãos, que me deram coragem de desabafar com vocês, para, quem sabe, meu coração possa ser aliviado e eu consiga seguir em frente. Meu nome é André, desencarnei vítima de um acidente de carro no ano de 1999 e aqui estou desde então. Passei alguns anos na enfermaria de Oxóssi sem saber que lá estava, pois, meu mental me mostrava outra coisa, e isso me levou à loucura. Portanto, quando acordei fui transferido para a psiquiatria da Quinta Legião de Iansã. Vocês já estiveram lá? Recomendo que fiquem bem longe, uma vez que, se você não está preparado para conhecer a loucura, e visitar aquele lugar, lá ficara. Não há palavras para descrever os pacientes do local. Fui tratado com muito carinho pela equipe de lá, e hoje me trato nas clínicas de Iemanjá, para tentar me curar desse passado sombrio e de erros. Filho de Umbandistas desde quando nasci na última vida carnal, meu destino era a caridade exercida principalmente com a mediunidade e meus pais trabalharam muito para isso. Meu pai e minha mãe nunca cobraram por um atendimento ou benzimento, eram famosos em nossa cidade e ajudavam muito ao próximo. Nunca passamos necessidade, mas eu me perguntava como não tínhamos uma vida mais fácil, se meus pais tralhavam de segunda a sexta em seus empregos e nos finais de semana se dedicavam tanto ao próximo, portanto, seria mais que justo que a vida fosse mais grata com eles. E, ainda assim, quando fiz 18 anos, fui preparado para assumir o terreiro. Lembro da alegria do meu pai em minha coroação. Contudo, anos depois minha mãe adoeceu e veio a desencarnar, meu pai consumido pela tristeza foi se excluindo das tarefas do terreiro, ele ficava meses, anos, afastado, até que não mais pisou na casa que construíra para a caridade. Tomei aquele momento como o meu momento e comecei a cobrar por consultas e benzimento. Criei uma mensalidade altíssima e aqueles que não pudessem pagar que não frequentassem minha casa de cura e não mais de caridade. Comecei a viver no luxo e a dar as roupas mais luxuosas e as melhores comidas aos Orixás. Logo, eu já não percebia que estava no caminho errado e que isso me seria cobrado. Vendo aquilo, meu pai desencarnou sozinho com uma depressão profunda. Filhos da Casa que a frequentavam de longa data se afastaram, me deixando apenas com aqueles que compartilhavam dos mesmos desejos que eu. Contudo, sem caridade não existe fé e sem fé não existe cura e eu acabei sozinho na bebida, quando me encontrei em um precipício no fim da estrada. André mal conseguia falar, quando fechou os olhos e murmurou perdão aos pais e aos Orixás. Eu juntamente com ele chorava e difícil era encontrar naquele salão quem não se emocionara com aquele espírito. Uma maca foi estendida ao seu lado, algo aplicado em seu braço, e nós, então, saímos apressadamente, acompanhando André na procura por si mesmo....</span><span style="font-size: 12pt; line-height: 17.12px;"></span></div>
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<div class="yj6qo ajU" style="background-color: white; color: #222222; cursor: pointer; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; outline: none; padding: 10px 0px; width: 22px;">
<div aria-label="Mostrar conteúdo cortado" class="ajR" data-tooltip="Mostrar conteúdo cortado" id=":cp" role="button" style="background-color: #f1f1f1; border: 1px solid rgb(221, 221, 221); clear: both; line-height: 6px; outline: none; position: relative; width: 20px;" tabindex="0">
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Mensageiro de Aruandahttp://www.blogger.com/profile/08010220269758840288noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4860315835382060869.post-31201214498695092902016-02-22T22:55:00.001-03:002016-02-22T22:55:14.458-03:00Livro 2 Página 1<div dir="ltr" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px;">
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="background-image: initial; background-repeat: initial; color: black; font-size: 12pt; line-height: 17.12px;">Eu achei que saber quem eu era seria mais fácil, mas a tarefa de se descobrir é uma da mais difíceis que se pode ter em nossa vida, tanto carnal quanto espiritual. Ainda assim, sentia-me feliz por agora ser uma semente do bem. Por estar ao lado dos meus companheiros e, principalmente, por aprender que o mundo dos mortos não é uma ilusão ou fantasia, como aquelas contadas em livros bonitos. O plano espiritual, como vocês gostam de chamar, é tão real que, com o mínimo de esforço, os da carne poderiam vivê-lo muito antes de morrer, porém, quem está disposto a isso? Qual de nós fará como Pedro que se transformou de simples pescador de peixes em pescador de almas? Sim, Pedro tinha medos, tinha seus problemas e em alguns momentos lhe faltou a fé, mas nunca lhe faltou o amor. Eu, sentado diante dos prédios de Aruanda, pensava em tudo isso. Passar uns dias em casa, depois de tantas peripécias, estava me ajudando muito, diferentemente do que se pensa o espírito é um ser universal, sim, porém precisa de raízes e de um lugar para chamar de casa e repor suas energias e rever amigos. Ubirajara da Sétima de Oxalá se aproximara de mim sem que eu notasse sua presença e sentou-se ao meu lado, ao percebê-lo ali, meu coração cheio de dúvidas e afogado nas mágoas se manifestou, derramando lágrimas sobre meu rosto. O índio vestido de branco e descalço, segurou em minha mão e eu, como um filho assustado que busca abrigo, deitei-me em seu ombro. Por uns instantes, nenhum de nós falou nada, ele sabia que eu precisava esvaziar meu peito e minha mente cheia de dúvidas. Foi o Ubirajara que quebrou o silêncio: – Não será uma caminhada fácil</span><span style="background-image: initial; background-repeat: initial; color: black; font-size: 12pt; line-height: 17.12px;"><span style="text-align: start;"> </span></span><span style="background-image: initial; background-repeat: initial; color: black; font-size: 12pt; line-height: 17.12px;">filho, mas Jesus é seu principal conselheiro e não te abandonara nessa hora, sei que se culpa por ter feito parte das hordas do mal, mas filho, qual de nós chegamos aqui com o passado limpo como água cristalina? Qual de nós não tem que lutar todos os dias contra nossas más tendências, ou contra os desejos que se escondem em nossos corações? O lado de cá não deixa as coisas mais fáceis como você imaginava. As cidades espirituais não são cercadas de pessoas felizes o tempo todo, volitando e cantando hinos ao Senhor, como se pensara</span><span style="background-image: initial; background-repeat: initial; color: black; font-size: 12pt; line-height: 17.12px;"> outrora</span><span style="background-image: initial; background-repeat: initial; color: black; font-size: 12pt; line-height: 17.12px;">. Elas foram construídas com muito suor, sofrimento, trabalho, e tudo isso regado de esperança, amor e fé. São esses sentimentos que devem dominar seu espírito para a nova caminhada que se inicia: esperança de que tu és melhor do que se vê; fé no pai maior que te auxilia e não te desampara e amor para consigo mesmo. Perdoar-se é o primeiro passo, saber que você se recupera aos poucos. Aliás, tão somente aquela sua atitude na cidade Nova Geração já teria bastado para que soubesse isso, pois você se entregou para salvar seus companheiros de viagem e centenas de espíritos que ali estavam. O mal</span><span style="background-image: initial; background-repeat: initial; color: black; font-size: 12pt; line-height: 17.12px;"><span style="text-align: start;"> </span><span style="background-image: initial; background-repeat: initial; font-size: 12pt; line-height: 17.12px;">exterior, Ortêncio, agora já não faz mais parte de você, porém, a hora derradeira de lutar contra as trevas que se apresentam desta maneira, ou seja, dentro de você, será daqui para a frente, filho amado. Tenha coragem e não se culpe tanto. Eu refletia acerca daquelas palavras do índio amigo e acalmava meu coração. Ele estava certo, o trabalho apenas estava em sua fase inicial, eu ainda descobriria muito sobre mim, coisas que poderiam me levar a um estado de depressão, caso eu não me preparasse psicologicamente<span style="text-align: start;">.</span><span style="background-image: initial; background-repeat: initial; font-size: 12pt; line-height: 17.12px;"> </span></span><span style="background-image: initial; background-repeat: initial; font-size: 12pt; line-height: 17.12px;">Assim sendo, Ubirajara</span><span style="background-image: initial; background-repeat: initial; font-size: 12pt; line-height: 17.12px;"><span style="text-align: start;"> </span></span><span style="background-image: initial; background-repeat: initial; font-size: 12pt; line-height: 17.12px;">me sugeriu que eu buscasse auxílio na Legião de Iemanjá, pois lá se ministravam cursos de autoconhecimento. Eram grupos de apoio, nos quais cada qual buscava o contato com seu mais profundo eu interior, com técnicas similares a dos povos da carne e com outras que demorarão um pouco para ser conhecidas na terra. Assim procedi, levantei-me e caminhei até a tenda de Iemanjá. Sempre que ali entrava, em seu saguão principal, me espantava com aquele ambiente marítimo tão distinto do espaço exterior. Encontrei-me com Iara que me saudou: – Olá mensageiro, o que lhe traz aqui? – disse-me ela sorrindo e me abraçando calorosamente. – Iara, venho me inscrever no grupo de autoconhecimento. Ela sorriu e disse: – Já estava na hora, hein, velho feiticeiro? Eu fiquei vermelho e sorri com ela, Iara me encaminhou a um balcão onde faria minha inscrição. Sim amigos, as coisas aqui têm sua organização, não é só chegar e entrar. Todo o plano espiritual tem uma organização, pois não é a casa da mãe Joana, como costuma nos falar o Felipe. Passamos pela porta e, mais uma vez, eu estava na vila dos pescadores. Desta vez, passamos pela enfermaria, caminhamos para uma cabana e um pouco mais além, sobre as pedras que recebiam o impacto suave do mar, em um lugar menos agitado do que toda a praia, ali já se via menos pessoas e todas com pranchetas nas mãos, em esteiras espalhadas entre a areia e as pedras, pessoas sentadas ou deitadas, de olhos fechados, meditando, ou descansando sobre o sol e embaladas pela música que vinha das ondas do mar. O lugar exalava tranquilidade e paz, subimos uma escada natural feita de pedras e que findava diante de uma cabana azul com o teto de palha, onde havia também, ao lado da porta, um barco repleto de flores lindas e contendo uma imagem da deusa do mar de braços abertos. Fomos recebidos com um largo sorriso, que estampava o rosto de uma mulher negra, vestida de azul, e que aparentava ser muito jovem, tendo os cabelos encaracolados e soltos, castanhos, e que combinavam com seus olhos cor de mel. – Olá Mariana, como vai? Que Maria os abençoe. – disse-nos ela, enquanto nos abraçava. – Eu vou bem Iara. – O que lhe traz aqui, minha irmã? – Este é Ortêncio, ele irá se inscrever no curso das profundezas. Mariana me olhou como se me analisasse, deu-me um</span><span style="background-image: initial; background-repeat: initial; font-size: 12pt; line-height: 17.12px;"><span style="text-align: start;"> </span><span style="background-image: initial; background-repeat: initial; font-size: 12pt; line-height: 17.12px;">sorriso lindo e disse, quase em tom enigmático: – Tem certeza disso, meu amigo?</span></span></span></b></div>
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<div class="yj6qo ajU" style="background-color: white; color: #222222; cursor: pointer; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; outline: none; padding: 10px 0px; width: 22px;">
<div aria-label="Mostrar conteúdo cortado" class="ajR" data-tooltip="Mostrar conteúdo cortado" id=":qg" role="button" style="background-color: #f1f1f1; border: 1px solid rgb(221, 221, 221); clear: both; line-height: 6px; outline: none; position: relative; width: 20px;" tabindex="0">
<b><img class="ajT" src="https://ssl.gstatic.com/ui/v1/icons/mail/images/cleardot.gif" style="background: url("//ssl.gstatic.com/ui/v1/icons/mail/ellipsis.png") no-repeat; height: 8px; opacity: 0.3; width: 20px;" /></b></div>
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Mensageiro de Aruandahttp://www.blogger.com/profile/08010220269758840288noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4860315835382060869.post-20571626919465163542015-08-24T23:35:00.001-03:002015-08-24T23:35:53.061-03:00Página 70<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; text-align: justify;">
<span style="background-image: initial; background-repeat: initial; font-family: Arial, sans-serif;">Paramos diante de uma grande porta negra de aço, nela estavam esculpidas centenas de caveiras, aliás, mais parecia que o aço fora derramado sobre aquelas formas. Ao nos aproximarmos, a porta se abriu nos dando a certeza que estávamos sendo aguardados. Era um imenso salão onde centenas de espíritos berravam, portanto, o som que vinha lá de dentro era ensurdecedor. O local era iluminado por tochas o que o tornava mais sombrio, se isso fosse possível. Felipe deu o primeiro passo, os seres abriram um corredor e ao fundo pôde se ver que em cima de um minipalco estava sentado, em um trono também formado por caveiras, um ser horripilante. Estávamos a quase quinze metros de distância, mas sua energia tão densa fazia com que meu corpo doesse, a impressão que eu tinha era que meu perispírito começara a se dissolver. Nenhum dos mensageiros falaram nada ou demostraram qualquer reação mesmo que por telepatia, ainda que a caminhada até as proximidades do trono tenha sido feita debaixo apenas dos insultos e cusparadas disparadas por todos os seres ali presentes. A cada passo que dava, minha surpresa era maior. Então, paramos diante de um ser alto com quase dois metros, vestindo trajes de um general militar, repleto de símbolos de ditadores terrenos exibidos em suas medalhas, além de outros, desconhecidos pelos encarnados. Seu rosto era composto metade dele pelas feições de um encarnado, a outra metade exibia sua caveira, os dedos da mão pareciam se desmanchar e seu cheiro era completamente putrefato. Com suas vestes, o Exu Caveira mais parecia ser um boneco fofinho de pelúcia diante daquela imagem. O homem ergueu a mão e o silêncio se fez. Henrique, então, lhe disse: - Que a luz do Nazareno se faça presente entre os que necessite. Somos a equipe de Mensageiros de Aruanda e estamos aqui em paz. O homem não esposou reação e permaneceu calado por quase um minuto. Quando se propôs a falar, para minha surpresa, sua voz era doce e calma. Porém, com um veneno tão intenso que alguns dos seus seguidores começaram a se contorcer no chão como se as palavras daquele ser lhes torturassem os ouvidos e a alma. - Prezados Mensageiros de Aruanda o que vêm fazer tão longe de casa, eu não sei, porém sei que nem hoje e nunca daqui vocês sairão. Não costumo ser piedoso com tal ousadia de seres que se acham donos da verdade e, principalmente, que invadam nosso território. Foi o Preto Velho João quem respondeu: - Fio, não invadimos seu território, ou seja lá de quem possa ser. Aqui entramos com permissão e também sei que vós já sabia de nossa chegada, não é mesmo? O ser se mostrou surpreendido com as palavras de João. - Eu? Eu de nada sabia velho maldito, não sei do que você está falando. Uma pequena agitação se formara e eu começara a entender o que ali acontecia: o general Inocêncio não tinha pleno controle de sua cidade, pois, como controlar tanta maldade, tantos seres com seus próprios ideais e com ânsia de alçarem até mesmo o seu lugar? - Sim, o fio sabia que nossa caravana chegaria, foi lhe enviado um mensageiro antes de nós. Agora, fio, chegou a hora de todas as verdades serem ditas, não precisamos de mentiras. O pânico se instalara no olhar do general, com a revelação de João, revelação esta que eu mesmo desconhecia. - Velho maldito! Está tentando me jogar contra meu exército. O que você veio trazer nesta cidade? - falou o ser aos gritos, porém, sem ter tempo de ouvir a resposta do Preto Velho. Sem que soubéssemos de onde vinha, uma imensa explosão de energia invadira o local. Então, cavaleiros negros entraram montados em animais indistinguíveis. Henrique correra para o lado do general, que, em desespero, gritara pedindo piedade. O pânico se instalara entre muitos dos presentes, que começavam a ser destruídos pelas espadas dos cavaleiros que nos cercavam, até que, montado em uma espécie de búfalo negro, entrou no salão um ser negro, vestido como padre jesuíta, e usando um capuz que não permitia que se visse o seu rosto. Quando ele parou diante de nós, eu cheguei a vomitar e quase não consigo me manter em pé, sendo apoiado por Felipe que não me deixou cair e me incentivou a ter coragem e me equilibrar. Então, pude ver o homem descer de seu animal, os seres do mal foram reduzidos, sobrando apenas menos da metade. Nós, ainda em desvantagem, estávamos cercados. Ele nos mirou e nos disse: Vermes, simplesmente vermes, é isso o que vocês são e se dependesse apenas de mim eu acabaria com esse circo agora mesmo. Mas, tenho ordem de levar apenas dois de vocês comigo, é isso que farei aqui hoje. - Quem é você? Não falamos com desconhecidos. - disse João de maneira firme. - Poupe-me dos seus joguinhos velho João Guiné, pois você me conhece muito bem e não perderei meu tempo mais uma vez com traidores como você. Porém, se você insiste que seus pupilos saibam quem sou eu, eu sou o som das encruzilhas, sou a lei do submundo, aquele que leva as almas para o inferno e que faz o que seu Jesus não tem coragem. Sou a lei e me chamo Malaquias, e venho em nome dos senhores da escuridão buscar por direito o que é nosso. - Aqui não há nada para você, meu fio, e você sabe que aqui avinhemos justamente para te ver. - Lógico que sei, velho inútil, o você acha que sou? Idiota igual esse aí? Acha realmente que eu acreditaria que veio avisar a Inocêncio que seu tempo acabara e que Jesus tem uma nova proposta para os seres que aqui vivem? Isso tudo foi um plano para chegar até mim. Só que não deixarei vocês destruírem meus planos e minha cidade, e vamos parar de conversa, apenas quero o que é meu. - E o que é seu fio? - Ortêncio e Inocêncio são de responsabilidade nossa. Serão julgados e penalizados como manda a lei dos Dragões. Meu corpo que já não estava lá grande coisa congelara ainda mais! O que eu devia a este ser? Felipe tirara sua espada da cintura e a erguera dizendo: - Nada aqui é seu, Malaquias, nada, entendeu? - Tem certeza que vai querer começar uma guerra por esses dois, Guardião, logo por esse que outrora tanto mal lhe fez e até aos que vocês dizem amar? Com forças, que não sei de onde vieram, eu perguntei: - Do que ele fala, Felipe, o que acontece aqui? - Ortêncio, meu fio, isso não é importante. Agora, cada coisa ao seu tempo, fio. – respondeu-me João Guiné. O ser rira e disse: - Quer dizer que o mago não sabe do que eu estou falando, quer dizer que ele ainda não recuperou sua memória? Vou refrescá-la para você, mago Ortêncio. Você era um de nós, há centenas de anos, você era a mão de ferro do submundo, até passar para o lado do inimigo. Esses que te apoiam hoje, sofreram com sua maldade e não se faça de inocente, pois sei que está tudo aí, dentro de você, seu arrogante, maldito! Você não se lembra que quase fomos destruídos por sua traição? Demoramos séculos para nós reerguermos. Mas estamos aqui, agora, e você pagará por tudo. Eu não podia acreditar! Eu era pior do que imaginara, mas por que não me lembrava? - Venho evoluindo, Malaquias, experimentei encarnações purificadoras e trabalho em nome do Cristo para consertar meus erros, desde quando a escuridão se fazia morada em meu ser. E viemos aqui justamente para mostrar isso a você: há um outro caminho a ser trilhado. Antes que o seu tempo acabe, Jesus tem sim uma nova proposta, não só a você, mas a todos aqueles que quiserem aceitá-la. Porém, esta é sua última chance, pois daqui deste planeta seres como você logo serão retirados e experimentarão uma vida mais árdua em outros orbes. Por isso, filho de Deus, como mensageiros do Cristo aqui presentes, pedimos que olhe para este seu antigo chefe e veja o que Jesus pode também fazer por ti. Eu nem sabia do que estava falando, mas as palavras saíram do meu coração, como se eu tivesse em um transe mediúnico. - Você nem se lembra de quem era. Como isso pode ser bom? - perguntou o ser. - Passei por muita coisa, Malaquias, das quais não me orgulho. Confio em Deus e em Jesus, plenamente, e se o povo de Aruanda acha que ainda não estou preparado para tal lembrança, que assim seja, pois sei que mais cedo ou mais tarde tudo será esclarecido. Eu continuarei trabalhando para um dia suportar saber o que fiz, sem que isso consuma meu espírito, meu amigo Malaquias. Deixai que Jesus mude você e que sobre a orientação de Oxalá possamos levar daqui aqueles que assim o desejarem. - Deixarei que seus amigos levem quantos quiserem, desde que você, maldito, fique! - Isso não está em negociação, Malaquias. - disse Henrique. - Vocês não têm outra opção, soldado de Ogum. Abrirei mão até desse traidor aí, em suas costas, mas ficarei com o velho Ortêncio. - Se é isso que você quer Malaquias, eu aceito. Todos se surpreenderam com minha decisão até o próprio Malaquias. – O quê? - Isso mesmo. Que os mensageiros saiam em segurança, que seus guardas baixem as armas e que todos os que quiserem possam partir e, então, eu irei com você. O silêncio foi ensurdecedor, até que Malaquias disse: - Que assim seja feito. Então, lançou um tipo de laço que envolveu meu corpo e, quando se virou para sair me arrastando, centenas de soldados da legião de Ogum cercaram não apenas a sala, mas, pela energia que se expandia, toda a cidade. Gabriel, da 7ª Legião de Exu, deu um passo à frente e disse: - Malaquias, como aqui já foi dito, esta oportunidade lhe foi oferecida pela Misericórdia Divina e a mesma Misericórdia não poderia deixar qualquer espírito que fosse se sacrificar, por maior que pudesse ser a causa. Ortêncio não voltaria jamais às cidades das trevas para seu sofrimento, mas é apenas para trazer luz ao seu coração que ele está aqui e, portanto, peço que não haja luta e que você faça sua escolha em paz. Malaquias soltou seu chicote e apenas disse isto: - Ainda não acabou. Saiu, esperando que seu exército o acompanhasse, mas nenhum dos seus se movera e o Cavaleiro Negro saiu solitário, carregando consigo apenas o seu ódio. O que aconteceu depois foi algo que eu jamais imaginara que pudesse acontecer no plano espiritual. A cidade começara aos poucos se iluminar, como quando acontece quando sol vence as grandes tempestades. Veículos de várias cidades espirituais faziam o socorro daqueles que queriam ou tinham condições de serem socorridos: eram milhares de espíritos, porém outros milhares ainda ali ficariam ou mesmo partiriam para outros lugares em busca de seu chefe.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; text-align: justify;">
<span style="background-image: initial; background-repeat: initial; font-family: Arial, sans-serif;">Sentamos no portal da cidade João, Henrique, Maria e eu. As lágrimas banhavam nossos rostos, e, então, eu perguntei: - Quem sou, João, e o que faremos agora? – Você, fio, é um fio de Deus em evolução. Logo poderá saber e, se assim quiser, poderá também trazer aos vivos na carne sua experiência como Mago Negro, pois retornaremos a Aruanda para que você se prepare para tal. No mais, ore a Jesus e agradeça a oportunidade. Ficamos, então, sentindo o sol brilhar mais uma vez e vendo as flores brotarem naquele lugar, onde eu pensara que só pudesse nascer a dor. Lembrei-me da frase de um amigo, que conhecera em minha viagem até ali, quando lhe perguntara por que o hospital Bezerra tinha tantas flores, a qual eu transformei em meu lema de vida: “Mais flores na vida, Ortêncio, pois nos túmulos elas nada valem...”</span></div>
Mensageiro de Aruandahttp://www.blogger.com/profile/08010220269758840288noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-4860315835382060869.post-76384155616744979572015-07-05T20:42:00.001-03:002015-07-05T20:42:24.160-03:00Página 69<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 17.1200008392334px;">A cidade parecia estar em alerta, a agitação se dava por estarmos de frente ao prédio daquele que comandava, se não toda as operações ali, ao menos uma grande parte. Os guardas formaram um cordão de isolamento, distando uns dez passos de nossas costas, enquanto por ali uma pequena multidão de espíritos em sofrimento se formava. Tal multidão aumentava a cada segundo e nós ouvíamos de tudo: alguns pedindo ajuda; outros nos ofendendo e nos expulsando; alguns gritavam contra o tirano, pedindo sua cabeça. Os guardas voltaram com caras de surpresos e/ou contrariados, não sabíamos como decifrar, de qualquer modo nos orientaram a entrar no prédio. A Legião de Ogum ficaria lá fora no cordão de isolamento, já a guarda de Soraia nos acompanharia. O lugar escuro, era mal iluminado por tochas e cheirava muito mal, o térreo não continha móveis, era apenas um grande salão vazio, com uma enorme escada no centro. Subimos com cuidado e, ai sim, começava nossa surpresa com tudo o que víamos. O general que poderia nos receber no espaço vazio, no entanto, fez questão de nos mostrar seu poder, franqueando-nos locais sem portas, em que se revelavam grandes laboratórios em meio a ruínas, repletos de equipamentos, mapas, em que cientistas trabalhavam sem se importar com nossa presença. Em uma dessas salas, tais entidades implantavam chips em médiuns que se encontravam em desdobramento. O silêncio foi quebrado por um dos guardas do general, que riu alto e disse: - Pensaram que nosso mestre teria medo de você, não é mesmo? Foi Henrique quem respondeu: - Não precisamos do medo do seu mestre ou de qualquer outro. Mais uma vez o guarda riu: - Vocês se acham superiores, por seus laboratórios e estudos, nos chamam de atrasados e fingem não se surpreenderem com o que aqui veem, mas sabemos que logo iremos nos igualar nesta luta. Vocês no entanto negam e, orgulhosos, não saem da pose de iluminados. Pois vejam nosso poder, filhos do cordeiro, e fiquem com vosso orgulho, que nós ficaremos com a vitória. Surpreendentemente ninguém lhe respondeu. Percebendo que seu discurso não afetava a equipe, ele se calou. João Guiné, com sua voz tranquila, perguntou: - O que os fios fazem aqui? O guarda, que esperava um debate ou palavras reprovando tal trabalho, se surpreendeu com a pergunta do Preto Velho, e respondeu: - Construímos o futuro, a nossa vitória. - Acho que o fio não entendeu, vou perguntá novamente: em que vocês trabalham nesses laboratórios? Velho astuto, não entregarei os planos do meu mestre. O Preto Velho sorriu e disse: - Pergunte que viemos fazer aqui. O guarda, intrigado, fez a pergunta: - O que vocês fazem aqui, velho feiticeiro? - apontando para mim. João me olhou com carinho, meu rosto queimou, mas respondi: - Venho em missão de paz, sob a orientação dos espíritos de Aruanda, trazer a bandeira do amor, da paz e da igualdade a todos em nome do Cristo Nazareno. Mais uma vez o Preto Velho sorriu e disse: - Se perguntá a qualquer outro a resposta vai ser a mesma, fio. E ocê não deixou de me respondê porque queria defendê os interesses do seu mestre, mas sim porque o fio não sabe o que aqui é feito. A diferença, fio, entre o mestre do amor e o seu mestre, é que Jesus não esconde nada de ninguém, seus planos para a humanidade são tão claros que para alguns de nós é difícil de enxergar e por isso a gente se torna cego, vagando na escuridão da ignorância. Não somos mais capazes ou iluminados, como o filho disse, apenas porque estamos do lado do Cordeiro, pois isso seria fácil. O difícil é abandonar a escuridão que vive em cada um de nós para conseguirmos nos aproximar cada vez mais de Jesus. Concordo que é fácil estar aqui na ignorância, porém, fio, este tempo está acabando e depois de nossa conversa com seu mestre todos dessa cidade poderão escolher sem medo o que querem e, aí, o fio não vai mais poder dizer que não sabe, pois terá consciência que escolheu a escuridão por seu livre-arbítrio. Os olhos dos guardas estavam marejados e nada disseram, porém se percebia que o objetivo do Preto Velho fora alcançado, ou seja, o de colocar a dúvida na mente daqueles espíritos, de fazer pensarem e escolherem seu destino. Muitos espíritos, ao se encontrarem em zonas de sofrimento ou trabalhando para o mal, não sabem que existe uma opção e que ela é sim difícil de se aceitar, porém necessária para que possamos nos encontrar conosco mesmos. A dúvida é a porta de entrada para as certezas da vida. Subimos ainda dois andares antes de chegar ao andar aonde se encontrava Inocêncio, um deles era desesperador: um andar todo dedicado à tortura e ao castigo daqueles que eram contra ou ousavam desafiar seu mestre, nele, espíritos acorrentados a paredes gemiam de dor, gemidos animalescos. Tais seres encontravam-se em estados tão surreais que aqui não poderei descrever, por ordem de João Guiné. Não enfrentando resistência dos guardas que nos acompanhavam, parte de nossa equipe ali ficou para prestar algum tipo de atendimento àqueles seres, entre eles ficariam os índios Pena Branca e Cobra Coral, que ainda questionou: - Poderemos arrumar grandes problemas em auxiliar esses infelizes Pai Velho. - Sim, meu amigo Cobra Coral, poderemos. - E por que ajudaremos? - Por que são filhos de Deus e não podemos fechar os olhos para o sofrimento desses seres, até que tenhamos permissão para remover aqueles que se encontram em condições favoráveis. Não os tire daqui, mas deem assistência e roguem ajuda a Maria de Nazaré para tal. Continuamos adentrando, guardião Felipe, Henrique, Soraia, Humberto, o Preto Velho e eu. A partir dali, no entanto, nem mesmo os Guardas continuariam nos acompanhando. Porém, antes de eu prosseguir, Maria me abraçou, uma vez que ali também ficaria, prestando assistência ao próximo, assim como fizera o samaritano ao homem desconhecido da estrada... </span></div>
Mensageiro de Aruandahttp://www.blogger.com/profile/08010220269758840288noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4860315835382060869.post-82954481421327676412015-06-22T22:32:00.001-03:002015-06-22T22:32:46.834-03:00Página 68<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: Arial, sans-serif; text-align: start;"><span style="color: #222222; font-size: 12pt; line-height: 17.1200008392334px;">Nenhum de nós, por respeito ao Preto Velho João Guiné, fizemos qualquer questionamento sobre o que aconteceu ali. </span><span style="color: #222222; font-size: 16px; line-height: 17.1200008392334px;">Recompô</span><span style="color: #222222;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 17.1200008392334px;">-mo-nos e, para que ganhássemos tempo e energia, aguardamos a caravana de socorristas. O Preto Velho se manteria calado por mais de uma hora e por algumas vezes as lágrimas banhariam seu rosto moreno, sumindo em meio a sua barba branca como algodão. Após o socorro daqueles que de boa vontade acompanharam a caravana, João abriu um sorriso e disse: - Que assim seja!. Ficaríamos no veículo por algumas horas e, após uma reunião, novamente estávamos nas ruas escuras da cidade. Porém, algo diferente acontecia ali, não sei como isso pôde acontecer afinal, mas o ar ficara mais pesado e já não pisávamos em nada sólido, pois as ruas tornaram-se pântanos rasos. Intrigado com o que acontecia, Humberto perguntou: - O que acontece aqui? O que é este líquido e como ele chegou até aqui? Foi o guardião Felipe quem respondeu: - Isso, amigo evangélico, acontece por dois motivos, primeiramente, o que pisamos é fruto do pensamento, tanto de espíritos encarnados quanto de desencarnados. Além disso, os chefe da cidade devem ter abandonado seus postos, desse modo derrubando tais criações psíquicas e que aqui são formadas com a ajuda deles. - Mas, por que eles abandonaram a cidade? Eles não a abandonaram, exatamente, apenas sentiram nossa presença e fugiram. Retornarão logo depois de nossa saída. - Mas, eles não sabem para que estamos aqui? - perguntei. Desta vez quem nos respondeu foi Cesar: - Não, Ortêncio, o que eles sabem é que estamos aqui, já o motivo de nossa missão é um mistério e mesmo que o soubessem teriam a mesma atitude. Os mensageiros da escuridão gostam de agir na surdina e temem o confronto e debate pacífico ou mesmo saber a respeito do que o povo de Aruanda está propondo a esta cidade. Em outras palavras, são covardes, pois sabem que não não possuem um argumento concreto para rebater nossa proposta. A esta altura paramos de frente a um prédio e que também se encontrava protegido por seres animalescos e com energias difíceis de explicar. Eles logo reconheceram a autoridade dos espíritos que se faziam presentes e um deles, um ser alto de vestes pretas, usando uma grande cartola, além de uma bengala de caveira, e que apresentava as partes visíveis do seu corpo em estado de putrefação. Dele, aliás, se exalava um cheiro de cadáver. Ele nos sorriu e nos disse: - Sabem bem que não são bem-vindos aqui, não sabem? - Que Jesus esteja convosco. - disse Felipe. - Que Jesus esteja com você, traidor das tradições, e não comigo - respondeu o ser. Felipe, que começara a mudar o seu perispírito, em segundos, já usava a forma assustadora de uma caveira coberta de negro, com sua espada e cintos prateados, </span><span style="line-height: 17.1200008392334px;">contrastando</span><span style="font-size: 12pt; line-height: 17.1200008392334px;"> com o negro de suas roupas. O ser se apequenou perto do guardião, que o encarou de cima a baixou e que, com uma voz que doía os ouvidos de tão aguda, lhe disse: - Não espero que você me respeite ser das trevas, mas respeite o nome daquele que me mandou aqui para dar uma chance a seres como você, perdidos na escuridão. Meu nome é Felipe na religião que você chama de mesa branca e sou Exu Caveira na que você chama de tradição. Então, perceba que o traidor aqui não sou eu. Por um momento, pensei que os guardas fugiriam. Mas, o homem, olhando para Felipe, lhe disse: - O que queres aqui? - Temos um recado para um dos seus generais. V</span></span></span><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12.8000001907349px; text-align: start;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 17.1200008392334px;">iajamos muito para chegar aqui, então o avise que chegamos e que João Guiné e a equipe de mensageiros de Aruanda se fazem presentes em nome de Jesus. Solicitamos uma audiência com ele. - Meu chefe é um homem ocupado e não recebe ordens, em nome do cordeiro. - disse o ser. Felipe, que puxara sua espada, a ergueu no ar e disse: - Não tornarei a pedir pacificamente ser das trevas. Os olhos dos guardas brilharam de medo, pois perceberam que nenhum de nós interferiríamos a seu favor. - O fio peça permissão para nossa entrada pacífica ou entraremos de outro jeito. - disse João Guiné. O homem entrou e nós ficamos aguardando do lado de fora. Meu coração estava acelerado e Maria, para variar, segurava minha mão. Ela sorriu para mim e disse: - Chegou a hora, meu velho, acalma-se, pois Jesus precisa de você...</span></span></div>
Mensageiro de Aruandahttp://www.blogger.com/profile/08010220269758840288noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4860315835382060869.post-20212108712443574282015-05-26T22:24:00.000-03:002015-05-26T22:24:21.308-03:00Página 67<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 17.1200008392334px;">A batalha duraria menos do que eu imaginara. Aqueles seres tão cheios de si e cobertos de arrogância logo debandaram ao ver que os guerreiros das Legiões de Ogum juntamente com a escolta armada e que completava a equipe, se apresentaram melhor preparados para o combate quase físico, pois havia armas que disparavam redes prateadas, as quais foram disparadas aprisionando alguns deles, que choravam ou esbravejavam. O ser animalesco foi um dos prisioneiros, já entre nós não sofremos nenhuma baixa, como disse Joana da Legião de Ogum ao preto velho João Guiné. Descemos o monte, onde ficamos protegidos, vendo os guardiões lutarem. - O que faremos com os prisioneiros? - foi a pergunta de Soraia a João Guiné. - A fia faz contato com a legião de Maria e eles se encarregarão de ajudar esses pobres coitados; Ao encontrar-se de frente com o chefe que mugia e gritava ao mesmo tempo, em uma mistura de dor e de raiva, João Guiné disse-lhe: - Poderia ser de outa forma, fio. Nós, espíritos que trabalhamos na causa do Cristo, preferimos a conversa e não a luta. Porém, não fugimos dela quando se faz necessária. P</span><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 17.1200008392334px;">ois aquele que não vem pelo amor, padece pela dor. Esse nego aqui sabe bem do que está falando... - Você acha que me comove, seu negro maldito? Não. Eu nunca vou ser um de vocês. Prefiro a segunda morte a isso. - disse o ser entre gritos. - O tempo, fio, do rancor e do ódio está acabando no planeta terra e já se prepara uma nova morada do pai para fios rebeldes que preferem essas condições. A caminhada dos que lá estão renascendo será árdua, fio, e penosa, e antes disso Jesus manda o socorro em pró dos seus. - Poupe-me de suas ameaças, velho! Eu não tenho medo do seu Jesus. - E nem é para ter, fio. - respondeu o Preto Velho - Jesus é manso e nos trata com amor, e seu coração sofre com aqueles que pensam como você. Pergunto ao fio, em nome do Divino Nazareno, qual caminho o fio quer seguir? O ser sabia que João falava a verdade e que aquela seria sua oportunidade de se melhorar e tentar recomeçar no orbe terrestre já que seu corpo espiritual já começara tomar forma animalesca em sinal patente de que seu tempo sem uma reencarnação reparadora já se esgotara. Além disso, a ida para uma planeta primitivo seria algo temeroso até mesmo para os senhores da escuridão. O silêncio formado por alguns minutos foi quebrado por Soraia: - João, ele não irá ceder, deixe que ele responda pelo caminho escolhido. Com lágrimas nos olhos, o Preto Velho virou de costas e em passos lentos foi se afastando do ser que gritava e chorava nesse momento: - Velho, não me deixe aqui! Eu não mereço isso... Pai, pai, eu sou seu filho: Arnaldo. Eu sou seu filho, velho maldito. Entre lágrimas, João se ajoelhou apoiando a cabeça em seu cajado e entoou uma oração, que mais parecia um lamento dos navios negreiros: “Pai, ser de misericórdia, sei que sou apenas um pequena gota no seu mar de bençãos e que não mereço a sua misericórdia, mas me atrevo a pedir o socorro ao filho perdido na escuridão. Que os seus mensageiros providenciem o socorro àquele que sofre e que não enxerga o caminho, senhor, por estar perdido. Oh, meu pai Oxalá, recorro a ti que é mensageiro do amor e que ama seus filhos como a ti próprio. Não conheço outro meio, Senhor, a não ser o seu amor e vos peço com todas as minhas forças: mandai o socorro ao meu coração. Alá, Jeová, Leão de Judá, eu vos imploro! O lamento do Preto Velho comovera a cada um que estava ali. Até mesmo Soraia, sempre centrada e firme, ajoelhara e orara para que o pedido daquele pai fosse atendido. Então, uma luz se abriu no céu escuro, quando lindos cavalos brancos montados por cavaleiros de armaduras douradas e que escoltavam uma carruagem que, em alta velocidade, veio em nossa direção. Parou de frente a João, que continuará ajoelhado, chorando, e de dentro dela saíram homens com turbantes na cabeça, vestidos de azul; junto deles uma senhora distinta, de cabelos brancos e olhos claros, a qual os homens carregavam numa maca. Sem nada falarem, foram em direção ao ser que agora apenas chorava igual a uma criança. A senhora sorria e disse: - Não será fácil, Arnaldo, e, a partir de agora, ele terá que seguir para bem colher o que mal plantou. Sua missão para com esse irmão termina aqui. O alto ouviu sua prece e reconhece o seu amor. Assim como um dia você me ajudou, eu me proponho a ser tutora daquele que um dia foi seu filho na terra e darei a ele todas as ferramentas para a nova colheita. Porém, sabemos que o jardineiro pode fazer de suas ferramentas o que bem entender. Dito isso, a equipe se foi e Arnaldo ou João Guiné cantou: "Pai, Pai Oxalá é pai de tantos filhos que ele tem, mas eles não reconhecem que ele é o Pai”</span></div>
Mensageiro de Aruandahttp://www.blogger.com/profile/08010220269758840288noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4860315835382060869.post-9956866796771001672015-04-26T18:35:00.002-03:002015-04-26T18:35:22.491-03:00Página 66<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 17.1200008392334px; text-align: start;">Após as explicações de César, nossa equipe teria que atravessar o escuro portão, e foi o mesmo César que nos orientou nessa travessia: - O que os irmãos veem é uma ilusão, ao atravessarmos o portão da cidade o cenário mudará e espero que vocês continuem firmes para assim continuarmos a penetrar na cidade Nova Geração, os líderes sabem de suas intenções e, claro, não facilitarão em nada a passagem de vocês por aqui, Seus principais alvos são Humberto e o mensageiro Ortêncio Manoel. - disse o guardião. Isso me causou estranhamento, pois há muito que, além de Maria, ninguém me chamara pelo segundo nome. - Por que nós César? E pode me chamar só de Ortêncio mesmo. Ele me analisou por alguns segundos, que para mim pareceram uma eternidade e me disse: - Aqui, mensageiro, sabe-se mais de você do que se possa imaginar e de sua missão também, todos chamam você assim pois não sabem com qual nome você se apresentará para os viventes que participarão do projeto Mensageiro de Aruanda e por que você e nosso irmão Humberto são os principais alvos? Por vossa pouca experiência em campo de batalha, esperam abalar vossa autoestima e consequentemente vossa fé. Por isso vigiai e orai a todo instante sem se esquecer que nenhum desses infelizes estão aqui por castigo do Pai e, sim, por que assim escolheram. Dito isso, a equipe de soldados novamente tomou sua formação em círculo, guiados por César, passamos lentamente pelo portão. Confesso que um grande frio tomou meu corpo, lentamente comecei a visualizar a cidade, uma vez que a escuridão se tornara menor e o que os meus olhos viam era um lugar calamitoso, que parecia ter acabado de passar por uma grande catástrofe como terremoto, dilúvio, tornado e/ou tsunami, todos esses desastres naturais juntos: havia prédios inteiros tombados, casas demolidas, enquanto estátuas gigantescas de ditadores terrestres de várias localidades do mundo e de seres que eu desconhecia se erguiam acima dos destroços. Teríamos que escalar pilhas de entulhos e, principalmente, de corpos que gemiam e gritavam. Os espíritos caminhavam para todos os lados, uns sem se importarem com os outros, os prédios e galpões ainda em pé se encontravam em estado muito ruim e eu não entendia como ainda estavam de pé. Esse era apenas o cenário inicial da cidade que abrigava esses seres. Os espíritos de nossa equipe tomaram suas formas perispirituais que mais se adequavam àquela situação. Até mesmo Humberto que não costumava a fazer isso foi aconselhado por João Guiné a baixar sua frequência ao máximo, ainda que nosso irmão protestante trajasse um terno cinza e sapatos pretos, trazendo a Bíblia sagrada na mão. Após todos estarmos agrupados, começamos a caminhar lentamente, gritos e pedidos de socorro eram constantes: aqueles seres vinham correndo até nós e os soldados os afastavam. Um pequeno tumultuo se instalara a nossa volta, espíritos de todas as formas inimagináveis para a compreensão dos encarnados estavam ali, todo tipo de dor e sofrimento passava pelos nossos olhos. Caminhamos sobre uma enorme pilha de entulhos, que me lembrara mesmo uma montanha e que dava em frente a uma imensa avenida de prédios. Na parte de baixo da pilha, um pequeno exército nos esperava: cerca de trinta espíritos fortemente armados, postados em fila indiana. Fez-se um silêncio ensurdecedor. Por alguns minutos, nenhum dos lados falou absolutamente nada. O Preto Velho João Guiné deu um passo à frente, descalço, segurando sua bengala e com a voz tão mansa quanto a do avô que ampara o neto que acaba de fazer uma traquinagem, disse: - Que o amor de Jesuis esteja juntu dos fios. Todos riram e um dos seres deu um passo à frente: ele era enorme, com ombros largos, o corpo era humano, mas a cabeça do espírito era a de um touro com grandes chifres. Ele não mexeu a boca para falar, mas mesmo assim sua voz foi ouvida por todos nós. Uma voz rouca, que transformara aquele ambiente tão sofrido em algo agoniante: - Velho manipulador, não nos venha com sua falsa diplomacia. Ou você acha que não sabemos o que você veio fazer aqui? Quer um conselho, velho maldito? Dê meia volta e diga aos seus que aqui não se tem espaço para esta besteira chamada Amor do Cristo. O Preto Velho ainda sereno respondeu: - Isso, fio meu, nós já sabemos, porém, nossa visita aqui é por outro motivo; Não quero implantar em sua cidade o Amor do Cristo. O ser, diante da resposta surpreendente, ficou visivelmente impressionado e olhava para seus comparsas como se perguntasse "o que ele veio fazer aqui, então?" - Não estou entendendo velho, o que você e sua corja vem fazer aqui. Não me diga que., depois de tanto que já fez contra nós, resolveu se entregar. Os senhores da maldade ficarão felizes em poder torturar você até que pague por todos os seus crimes, disse o homem touro com ironia. - Se o fio se refere ao meu amor por cada um que como você se perdeu na escuridão não o vejo como crime, mas se o fio se refere a minha conduta como homem na carne, esta dívida está entregue às leis do Pai Maior. Porém, venho da cidade de Aruanda, trazendo o amor do cristo banhado pela força dos sagrados Orixás e sobre a luz de Deus Pai todo poderoso e amoroso, em missão de paz para dá a seres como você a oportunidade de recomeçarem em outro lugar. Por isso digo que não trago o amor para esta cidade e sim para os vossos corações. O ser mais uma vez riu ou mugiu, não sei dizer ao certo o que fez, enquanto ao mesmo tempo disparou sua arma contra o Preto Velho, que levantou seu cajado. Imediatamente a energia bateu no cajado e voltou, acertando o ser exótico em cheio no peito, o que o fez cair e ser amparado pelos companheiros. Olhando nos olhos do ser o Preto Velho disse: O fio não vai querê uma guerra, vai? E o ser respondeu: - Ataquem!...</span></div>
Mensageiro de Aruandahttp://www.blogger.com/profile/08010220269758840288noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4860315835382060869.post-78213906959849244942015-04-12T21:26:00.005-03:002015-04-12T21:26:53.073-03:00Página 65<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 17.1200008392334px;">O transporte da equipe de Maria voltaria à Colônia para ajudar aqueles que ali foram socorridos, e nossa equipe permaneceria por ali para começarmos nossa missão. Após algum tempo e depois da explicação de João Guiné, eu já conseguia me equilibrar, falo por mim, porque a reação dos outros membros, já acostumados com este tipo de socorro e de lugar, foi a de começar a trabalhar imediatamente e a minha e em parte a de Humberto foram reações de desespero. - Fios, - disse o Preto Velho - nenhum dos irmãos que aqui estão são pobres coitados ou estão sendo castigados por Deus, mas, sim, precisam de nossa compaixão por estarem perdidos na escuridão. Por sua ignorância acerca do amor é que chegaram a este estado, criado exclusivamente por sua recusa em aceitar as Leis Divinas. - Que Leis são estas, João? - perguntei. - Este pântano tão sofrido é alimentado por espíritos que se recusam a aceitar a Lei Divina do progresso, retardam o processo reencarnatório até seus </span><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 17.1200008392334px;">perispíritos tornarem-se </span><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 17.1200008392334px;">o que vimos, quando então são aqui dispensados pelos senhores das trevas. Muitos dos que aqui estão são servos leais da escuridão e assim vão permanecer por muito tempo até alcançarem a condição primária de </span><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 17.1200008392334px;">ovóides</span><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 17.1200008392334px;"> e ainda serem usados nos planos dos generais como parasitas. Soraia e os índios Pena Branca e Cobra Coral faziam o reconhecimento da área, enquanto João dava-nos suas explicações, a equipe de guardiões cercava o perímetro e era chegada a hora de adentramos aquele local. Descemos, então, de nosso veículo e andamos por algum tempo com a lama na altura de nossas canelas. Tal esforço nos gerava um tipo de cansaço quase físico. Não eram raras as vezes em que mãos nos agarravam, pedindo socorro, e em todo o tempo João recomendou-nos a prece e que não sentíssemos pena daqueles que ali colhiam os frutos daquilo que eles próprios haviam plantado. O solo foi ficando firme afinal, apesar de ainda permanecer negro e úmido, portanto, já começávamos a caminhar com certa facilidade, deixando o pântano para trás, embora a escuridão ainda nos impedisse de ver mais de dois passos à nossa frente. Por isso, andávamos devagar e o mais próximo possível uns dos outros. Com suas armas em punho, os guardiões nos cercavam e assim chegamos ao portão da cidade. Tratava-se de um portão sem muros, apenas um enorme arco construído com ossos de centenas de esqueletos. Por ordem de Soraia paramos defronte este portão e que mais me parecia uma espécie de portal, quando surgiu uma sombra: um ser que vencia a escuridão, ostentando uma capa tremulante. Soraia por sua vez continuou caminhando, bem como o tal ser que vinha do outro lado, até ficarem os dois debaixo do assustador arco. Durante alguns segundos analisaram-se e, em seguida, abraçaram-se, calorosamente. Nenhum dos dois passou para o lado oposto do arco. Ao sinal do Guardião, continuamos andando ao encontro deles e, a cada passo, minha surpresa era sempre maior. Vi que o homem media cerca de um metro e noventa, tinha pele clara, usava uma roupa preta e, além da capa com forro vermelho, trazia em sua cintura uma espada. Ele nos sorriu e Soraia fez as apresentações: - Senhores, esse é Cesar, nosso guia e informante para essa missão. Que possamos ouvir o que ele tem a dizer. - Amigos, a situação nessa cidade é calamitosa. Os governantes aqui estão formando planos para desestruturar várias ordens religiosas e sabemos que para isso não precisam de muito, já que os seres que habitam a terra estão cada dia mais vulneráveis a esse tipo de ação. Porém, o plano deles dessa vez não é apenas atacar religiosos por meio do orgulho e da vaidade já existentes neles próprios é também o de desmoralizar as religiões, fechando assim as portas de várias instituições que, ainda que com suas mazelas, trabalham para o bem maior. A primeira tentativa foi falha e os Dragões, responsáveis por esta tarefa, estão inflamados pela derrota em campo. - E qual foi esta derrota? - perguntou Humberto. - Uma das mais antigas religiões da terra passa por transformações importantes e seu último líder foi atacado incessantemente até que renunciasse ao seu posto, uma vez que, influenciado pelo mal, se viu incapaz de cumprir aquilo que havia planejado pelo altíssimo. O plano dos dragões era deixar a religião ainda mais enfraquecida e fechada em seus dogmas e eleger um dos seus "religiosos" para o cargo de maior importância dessa religião, porém, por meio de uma equipe comandada por espíritos de alta envergadura em uma missão de grande porte e que precisou de quase um terço da população espiritual terrestre, entre tais espíritos alguns conhecidos pelo homens como santos, o Plano Maior elegeu um sucessor que mudará tudo o que hoje se tem de mais decadente e atrasado nesta religião. Porém, agora, esta cidade irá atacar os religiosos do país que está marcado para ser o coração do Evangelho do Cristo e poderá causar grandes prejuízos, caso seus religiosos não se preparem de maneira correta, fortalecendo-se no amor e no conhecimento. Todos nós ouvíamos aquilo atentamente e em particular eu me lembrava da falta de respeito e de caridade que líderes religiosos têm comumente uns com os outros, sobretudo ao defenderem seus pontos de vista. Ah, se eles soubessem o quanto se trabalha aqui desse lado da vida para o amor prevalecer! Então, se uniriam e em uma única voz e sentimento, se juntariam ao mais alto, formando um único exército: o do amor ao próximo...</span></div>
Mensageiro de Aruandahttp://www.blogger.com/profile/08010220269758840288noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4860315835382060869.post-76185014489330945662015-04-05T21:00:00.001-03:002015-04-05T21:00:12.313-03:00Página 64<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 17.1200008392334px;">Nosso veículos estavam preparados do lado de fora daquele castelo que tantas surpresa havia nos trazido. Os transportes tinham sofrido pequenas alterações, que Soraia achara importante promover para o sucesso de nossa perigosa missão. Lá fora, o cenário nada mudara, o local ainda escuro parecia apenas mais frio. A equipe de socorro coordenada pela Legião de Maria já havia ocupado seu veículo, nós que entraríamos na cidade estávamos parados em frente à colônia como se nos despedíssemos. Foi Federico quem me falou: - Acalme seu coração, mensageiro, pois você ainda virá aqui muitas </span><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 17.1200008392334px;">vezes. E</span><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 17.1200008392334px;">u apenas sorri, era estranho notar como a tecnologia se misturava com o tradicional: pontos eletrônicos eram usados por todos nós e, ao nosso lado, soldados bem armados com armas elétricas nos davam a impressão de estarmos todos em um filme futurista. Eu me perguntava qual médium teria a coragem de passar tal informação para a frente, quando mais uma vez João Guiné esclareceu-me: Ortêncio, meu fio, quem disse que nossa equipe enfrentará este desafio sozinha? Há anos, outros espíritos e médiuns enfrentam essa batalha e, além disso, a cada dia já vêm esclarecendo as pessoas, mas o povo da carne ainda se preocupa com coisas, digamos, inúteis para os espíritos. Por exemplo, não importa de que forma você faça a prece: o importante é que ela seja feita de dentro do coração, não importa qual movimento você utiliza para ministrar o passe magnético, desde que aqueles que o ministrem saibam o que estão fazendo. Não vamos nos apegar aos rótulos ou mesmo se as mensagens que chegaram aos viventes através de nós serão do agrado daqueles que as lerem. Infelizmente, o caminho a ser percorrido não será fácil, porém será necessário. Dito isso, fizemos uma prece pedindo o auxílio do alto e entramos no veículo. Soraia e sua equipe tomaram a cabine da frente junto com nossos amigos da Guarda de Ogum, comandados por Joana. Nós, na companhia de Augusto, tomamos a segunda parte do veículo que por causa das alterações já não era mais tão confortável e ganhara um ar militar. Em silêncio permanecemos, cada um se preparava a seu modo para a difícil tarefa. A determinada altura, o veículo foi perdendo velocidade até parar por completo, depois, por orientação de João, baixamos nossas condições vibratórias e, isso feito, eu, nessas circunstâncias, sempre me impressionava com nossa fragilidade aparente, principalmente do Preto Velho. Como sempre, respirar era minha maior dificuldade. O ar como os encarnados o conhecem é algo muito denso para o espírito. Por quase uma hora não saímos do veículo, pois tentávamos nos adaptar da melhor forma ao que sentíamos ali, nas fronteiras do mal. Então, Soraia abriu a porta do veículo. Vimo-nos sobre um pântano escuro, povoado de bichos que eu não saberia como explicar se não tivesse visto com meus olhos. O impressionante era que se tratava de insetos que se alimentavam de restos de perispíritos e que ali se encontravam já em decomposição: braços, pernas e várias outras partes de corpos humanos flutuavam no lamaçal. O pavor tomou conta de mim e me afastei da porta aos prantos, com medo, e sentindo compaixão por aqueles seres que ali sofriam. Questionei o porquê, como que seres de Deus podiam chegar àquela condição. Assim como eu, alguns amigos, inclusive médiuns da carne, e que nos acompanhavam, se compadeciam do sofrimento presente naquele local tão horrível. Soraia se mantivera em pé quase sem reação. O Preto Velho João, após uma prece regada a lágrimas se mantinha em silêncio. Henrique se ajoelhara e também se mantivera em prece silenciosa. O mesmo fizeram Pena Branca, Augusto. Cobra Coral pegara seu arco e atirara flechas, que explodiram no ar, clareando o vale, enquanto o guardião Felipe cantara um lamento em forma de prece: “Ogum de lei não sofre tanto assim, óh Ogum de lei não me deixe sofrer tanto assim. Quando morrer, vou passar lá em Aruanda, Saravá Ogum, Saravá seu Sete Ondas. O pedido do guardião fora sentido, sofrido, e, quando ele terminou seu lamento, uma luz azul nos envolvia, nos dando a certeza de que </span><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 17.1200008392334px;">fôramos</span><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 17.1200008392334px;"> ouvidos. A Equipe de Glória </span><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 17.1200008392334px;">saíra</span><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 17.1200008392334px;"> do veículo de socorro e começara a recolher aqueles que, por compaixão do pai celestial, deveriam ser socorridos...</span></div>
Mensageiro de Aruandahttp://www.blogger.com/profile/08010220269758840288noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4860315835382060869.post-41730979373331564792015-03-30T22:35:00.000-03:002015-03-30T22:35:02.920-03:00Página 63<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 17.1200008392334px;">Eu saíra daquela reunião apreensivo. E por mais que a equipe de mensageiros demonstrasse estar confiante, algo em mim me remetia ao medo de, mais uma vez, estar prestes a encontrar seres que fazem de tudo para levar adiante seu ideal contra o Cristo. Evidentemente, eu não fora nenhuma vítima quando estive em contato com tais pessoas e apenas fui colher ali aquilo que havia plantado em minhas existências anteriores e, pela misericórdia divina, aquele inferno a que me ative pôde até ser de grande ajuda. Percebendo minhas indagações, o guardião Felipe foi o primeiro a falar: - Ortêncio, quem trabalha na seara do Cristo pode sim ter medo, mas nunca duvida que o socorro virá. Em muitas situações que vivemos no astral, tudo parece perdido para nós espíritos que somos ainda filhos, mas não para o plano maior, que não faz curvas ou mesmo não se afrouxa para atender àquele "melhor" ou para punir qualquer outro, tudo segue o curso natural das coisas. A esta altura, já estávamos no terceiro andar de uma das torres da Colônia e batemos em uma grande porta. O local que se apresentou por trás da porta mais uma vez revelava um contraste entre o que se vira nos corredores e o que tais salas e departamentos mostravam em seu interior. Ali, um exótico ser nos sorriu e confesso que não fiquei muito à-vontade diante de um espírito grande, careca, com um traje sujo do que me pareceu ser graxa ou um tipo de gosma. Seu sorriso era amarelado e o olhar distante. Foi Soraia quem nos apresentou aquele ser incomum. - Que Jesus esteja conosco, Jacob - disse ela. - Que assim seja. - disse a voz rouca do homem. - Como anda o trabalho por aqui? - Lento mas produtivo, minha amiga. Afinal, não é fácil lidar com tais apetrechos. Ao abrir a porta completamente para que entrássemos, nos deparamos com um grande galpão contendo dezenas de balcões. As luminárias que desciam do alto do teto eram direcionadas para cada um dos balções. Assim, deixavam os corredores do local a meia luz, enquanto as áreas de trabalho permaneciam bem iluminadas. Começamos a andar entre aqueles postos de trabalho, onde tarefeiros desmontavam peças ou faziam experimentos. Em alguns dos balcões, que tive oportunidade de ver de perto, funcionavam pequenos laboratórios onde insetos eram examinados, assim como chips e armas. Tudo ali era estudado, catalogado. Quase não fomos percebidos pelos examinadores que pareciam em transe durante o trabalho. - Esta área - disse Jacob - é onde estudamos e analisamos a evolução do mal, tudo que é capturado com os seres das trevas vem para este centro de estudos, onde descobrimos como funcionam tais aparelhos ou armas e com que finalidade para, então, também desenvolvermos outros aparelhos e/ou estratégias para combater tais tecnologias. Foi Humberto quem fez a primeira pergunta: - Mas os missionários de Deus não são intuídos para já saberem de imediato o funcionamento de tais coisas quando se deparam com elas? O ser riu e nos disse: - O que você acredita ser apenas uma espécie de "dom divino", amigo, nós chamamos de trabalho. O que acontece entre as equipes de socorro nessa Colônia. Existe uma base de controle com especialistas de várias áreas, tal base está em contato direto com todos os que estão lá fora em campo. Quando surge uma situação na qual o socorrista não é especialista na compreensão do fenômeno, ele, lá onde estiver, é ajudado pelo especialista desta base. É para esta finalidade que precisamos formar especialistas e pessoas dispostas a aprender e principalmente a ajudar o outro. - E qual tem sido o maior desafio que vocês vêm enfrentando, Jacob? - perguntei. - Os implantes de chips. São essas as técnicas mais utilizadas por ora pelos seres das trevas e eles vêm cada dia mais se especializando nessa área. Muitos desses aparelhos passam despercebidos pelos encarnados. Porém, novas armas vêm sendo criadas e hoje o grande desafio são os vírus e que estão sendo testados pelo mal. - Vírus? - perguntei surpreso. - Sim, é mais fácil de implantar que os chips, porém não são tão eficientes ainda... - A verdade, é que se os encarnados não iniciarem uma profunda reflexão a respeito do que realmente é ser cristão e, enfim, aceitarem que a vida extrafísica é muito mais do que ser um bom religioso, em breve, teremos grandes problemas - completou Soraia em tom irônico. Mas, Soraia me intrigava com sua postura séria e questionadora, então, resolvi correr o risco de questioná-la: - Soraia, sei que seu trabalho nessa Colônia exige uma certa seriedade, mas você me parece muito rígida e até dura com as palavras... A única coisa que ouvi por alguns segundos foi o riso do preto velho João Guiné. - Tenho a postura necessária para o meu trabalho, Mensageiro, o que os encarnados esperam da espiritualidade nem sempre é aquilo que a espiritualidade pode dar. Como seria bom se só tivéssemos mensagens lindas e espíritos evoluídos, e que as cidades espirituais fossem constituídas apenas de lindos jardins e de discussões filosóficas, mas isso aqui é o mundo real, aqui discutimos, temos ideias contrárias, analisamos, e aprendemos que nada disso é falta de amor e sim, pelo contrário, isso é amor ao próximo. Queremos dar nosso melhor pela causa do Cristo. Pode lhe parecer que eu sou de oposição, mas não sou. Apesar de eu já ter trabalhado para o mal, pois acordei na vida espiritual decidida a acabar com o Cristianismo, que havia tirado meus pais de mim. Eles viviam pela santa Igreja e, no meu egoísmo, interpretei que eu fora deixada esquecida. Jovem ainda, desencarnei vítima da tuberculose que assombrou a Europa e isso só me fez ficar mais cega de ódio. Assim, por quase um século ajudei as legiões maléficas a espalharem o mal na vida de chefes religiosos até reencontrar Frederico, que fora meu pai em uma de minhas passagens pela terra, e ele me mostrou o verdadeiro caminho. Hoje, o que faço com afinco é resgatar aqueles que eu, no passado, contribuí, mesmo que com uma pequena parcela, a levar para escuridão. Os olhos da moça se encheram de lágrimas, quando então disse o Preto Velho, com a sabedoria de um pai: - Fios, todos nós temos os nossos desafios e nossa maneira de lidar com isso, que possamos aprender a respeitar a individualidade do espírito e saber que na seara do pai todos são importantes...</span></div>
Mensageiro de Aruandahttp://www.blogger.com/profile/08010220269758840288noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4860315835382060869.post-67333934591238972022015-03-23T22:47:00.000-03:002015-03-23T22:47:01.500-03:00Página 62<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 17.1200008392334px;">Caminhamos pelos corredores da Colônia em silêncio, pensando no que havia nos acontecido. Uma mistura de felicidade e de decepção invadia meu ser, pois eu queria muito ter mais conhecimento para novas viagens astrais. Felipe, o guardião, sempre sincero, quebrou o silêncio: - O que você faria agora com tal capacidade suplementar, Ortêncio? - A desperdiçaria e a usaria em momentos e em lugares desnecessários - eu ia retrucar, mas o guardião não me deu tempo para tal e continuou: - O conhecimento traz grandes responsabilidade para as quais muitos espíritos ainda não estão preparados e, com isso, podem criar mais problemas do que promover soluções na espiritualidade. Aliás, já existe há tempos tecnologias que só estão chegando agora à terra e mesmo assim o povo da carne as utilizam de maneira errônea e, com isso, acabam deixando de lado o verdadeiro propósito de tal utilização. Então, velho mensageiro, cuidado, pois ter conhecimento é uma coisa e ser sábio é outra... - De qual tipo de tecnologia o irmão fala? - perguntou Humberto. - Falo, principalmente, das telecomunicações. Apesar dessa ser apenas o primeiro degrau, olhem bem para o povo da carne, hoje, os homens se encontram fechados em seus mundos individuais, sem contato físico e energético com os seus, comunicam-se apenas a distância. Pois essa tecnologia existe no plano espiritual há mais ou menos uns quinhentos anos, e, quando foi liberada para facilitar a vida do homem na terra, ele se escravizou e se tornou dependente dela. As palavras do guardião me fizeram pensar em como eu usaria a técnica da viagem astral consciente e concluí que o amigo estava certo. A esta altura, já havíamos percorrido alguns corredores e, agora, subiríamos uma escadaria de pedra em formato de caracol. Logo estávamos em frente a uma pequena porta que ao se abrir nos mostrou uma enorme sala com mapas gigantes refletidos em telas. Ali, havia também várias mesas com equipamentos e controladores. Nela, tudo era muito organizado, lembrando uma sala terrestre de controle de voo. Nosso amigo Frederico estava de pé com sua equipe ao redor de uma mesa e que também refletia o mapa da região que iríamos trabalhar. Em torno de tal mesa de quase três metros de comprimento, havia pessoas ainda desconhecidas para nós. Ao nos aproximarmos, os cumprimentos foram formais e Frederico disse-nos: - Que Jesus, nosso mestre e guia, possa nos orientar da menor maneira para que possamos realizar essa tarefa com êxito. Colocando a mão sobre esta mesa, pontos luminosos de várias cores se acendem sobre o mapa - e ele continuou - os pontos vermelhos pequenos são as defesas da cidade umbralina que, como podem ver, são muitos, já os pontos verdes, quase apagados, são nossos irmãos que nos ajudam com as informações que, graças a esses postos, podemos ter da região. Os pontos em amarelo são os laboratórios e esse grande em roxo, ao centro, é o prédio central, aonde vocês terão que chegar para o encontro com Inácio. E sem sequer perceber, eu iria quebrar toda a formalidade daquela reunião, dizendo: - Como assim? Vocês estão de brincadeira que teremos que atravessar metade da cidade com quase vinte postos de vigia até chegar a tal reunião! Valei-me nossa senhora! - E quem aqui está de brincadeira, mensageiro? - disse uma mulher morena de olhos verdes trajando uma roupa militar. Eu fiquei envergonhado, mas ela puxou o coro de risadas que logo também me contagiaria. Logo após tal descontração, ela voltou a falar: - Meu nome é Soraia. Sou responsável pelas equipes de expedição à cidade Nova Geração e quando tomei conhecimento do planos de vocês tive a mesma reação de Ortêncio, pois apesar de nossos avanços em promover expedições de socorro, nunca fomos tão longe e não sabemos o impacto que essa ação de vocês pode causar, tanto para o positivo quanto para o negativo. Por isso que nossa pergunta é: senhor João Guiné qual o objetivo de vocês? O tom de Soraia já não era tão amistoso e a mim pareceu soar até meio ameaçador. O Preto Velho, com sua calma de sempre, respondeu: - Fia, o nosso objetivo é levar a Inácio o recado dos espíritos superiores e tentar, através do diálogo, mostrar-lhe que o seu tempo está acabando e negociarmos a liberdade dos que vive cativo nessas região. - O senhor conhece esse ser que, aliás, almeja ser um dragão um dia, senhor João? - Sim, minha fia, conheço este fio de Deus que logo terá a chance de se purificar com a benção da carne. Sei de suas pretensões e conheço os planos de Inácio de atacar com afinco a pátria do evangelho. - E mesmo assim o senhor pretende levar sua equipe até lá para conversar? Há anos estamos tentamos isso e a recusa dele ao diálogo vem nos causando sérios transtornos. E o senhor, do dia para noite, chega aqui pondo em risco anos de trabalho, podendo até criar com isso uma guerra no astral. - Fia, conheço seu trabalho e não apenas o respeitamos como também o admiramos. A espiritualidade maior reconhece não só os seus serviços, mas também o de toda esta colônia, pois o que seria ou como estaria esta zona do astral sem este grande trabalho de vocês? Estamos aqui para ajudar, fia, e faremos o possível para que a luz de Deus ilumine este local, mas para isso, fia, precisamos de sua ajuda e de seus conhecimentos, pois a fia sabe da sua responsabilidade com o mais alto e de sua promessa com o povo de Aruanda e, ao ouvir essas palavras finais do Preto Velho, os olhos da jovem Soraia marejaram e ela respondeu: - Que Jesus nos abençoe e que a sabedoria de Xangô nos guie, e as lanças de Ogum nos protejam, Pai João Guiné. Por algumas horas ficaríamos ainda ali e ficou estabelecido que em 12 horas partiríamos para nossa missão com dois veículos: o funcional e o hospitalar. Esse segundo não entraria na cidade, permaneceria em suas fronteiras para assim fazer, de modo mais eficaz, o socorro daqueles que nós conseguíssemos proteger. Porém, antes de nossa partida, conheceríamos um pouco mais de Soraia e faríamos descobertas que surpreenderiam a cada um de nós...</span></div>
Mensageiro de Aruandahttp://www.blogger.com/profile/08010220269758840288noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4860315835382060869.post-32469765360470269552015-03-16T23:16:00.001-03:002015-03-16T23:16:05.982-03:00Página 61<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 17.1200008392334px;">Assim que entramos no grande castelo daquela colônia, não sentimos mais frio e a energia mudou completamente. Ali, o sentimento de acolhimento era tão grande que chegava a nos emocionar. Caminhamos por um enorme corredor e eu me perguntava aonde ele nos levaria, enquanto escadas e portas eram vistos a cada dez passos nossos. Tudo era muito rústico, porém também aqui mais uma vez a tecnologia concomitante me assombrava. Havia pessoas de branco e usando faixas de cores diversas e que caminhavam de um lado para o outro. Apesar dos sorrisos no olhar - pois aqueles seres traziam a alegria na alma e não no rosto - foi seu silêncio que mais me chamou a atenção. Chegamos em frente a uma porta que, ao se abrir, nos apresentaria uma ala para visitantes com quartos individuais já preparados para o nosso descanso. Foi Augusto quem nos falou: - Amigos, logo após o vosso descanso, voltarei aqui para melhor mostrar a vocês nosso trabalho e discutirmos como faremos parte do trabalho de vocês. Até mais! - Por que precisamos descansar já que não temos corpo físico? Será que ele não percebeu que somos espíritos desencarnados? - perguntei em tom irônico. Foi João Guiné quem me respondeu: - Fio, quem lhe disse que espírito desencarnado não precisa refazer as energias? Estamos há dias viajando, em uma zona de baixa vibração, logo, é importante para o corpo perispiritual se refazer, já que aqui é mais difícil encontrar fontes de energia que façam isso por si sós. - E de que tipo de fonte o irmão esta falando? - perguntou Humberto. - Da luz solar, das energias da natureza, a água, o ar puro, as plantas: essas fontes com suas respectivas energias e que nos alimentam sem que percebamos. - Mas, esse refazimento energético não pode ser feito com o que acumulamos de boas energias, de bons atos e pensamentos, irmão? - Sim, fio Humberto, mas em um local como este, de onde tiraríamos tais energias? Acabaríamos, sem descanso, sobrecarregando essa nossa fonte que precisa ser carregada, pois o espírito precisa alimentar a sua roupagem fluídica. Apesar de ela própria ser fonte de luz inesgotável,nós, porém, ainda não sabemos utilizá-la como realmente deveríamos, por isso é que há necessidade desse descanso. Dito isso, cada um de nós entrou em seu quarto. Eu ainda me perguntava a respeito de como saberíamos quando chegasse o horário em que novamente nos encontraríamos. Ao abrir a porta do meu aposento, tive um imenso susto: o local era banhado por uma luz natural que eu não saberia dizer de onde vinha. Encontrei numa mesa simples um caldo à minha espera. Já a cama parecia uma cápsula espacial que se fechou assim que me deitei, enquanto luzes solares banhavam meu corpo fluídico e o alimentavam de energias benéficas. Não tenho certeza de quanto tempo fiquei ali sendo energizado, mas ao acordar recordei-me de ter sonhado com a minha Aruanda: suas ruas, os prédios, as casas e o campo de esclarecimento, o que me encheu de alegria. Ao me levantar, mais uma vez o alimento me esperava na pequena mesa. Logo acima da cápsula ou cama uma tela se iluminou, revelando a imagem de Frederico, Catarina e Francisca que se encontravam juntos em uma sala. - Fico alegre, meus amigos de Aruanda, por estarem refeitos de sua viagem. Augusto os aguarda para assim começarmos nosso trabalho. - disse um deles. Então, a tela se apagou e saímos de nossos quartos. O sorriso de Humberto me surpreendeu, mas logo nosso amigo protestante disse-nos: - Glória a Deus! João Guiné e povo de Aruanda, agradeço por vocês, aqueles que antes, quando estive na carne, eu achava que eram uns ignorantes, agradeço por me proporcionarem experiências tão enriquecedoras, a mim que, hoje sei, sou ainda um ser tão ignorante. - Ir a sua cidade espiritual fez bem a você, fio. - respondeu João Guiné. E, então, caiu minha ficha. Eu não havia sonhado com Aruanda. Eu estivera lá! Imediatamente, lágrimas molharam meu rosto. - Por que choras, Ortêncio? Por não ter percebido o que ocorrera comigo, Felipe, e, portanto, ter perdido a oportunidade... - Quem disse, Mensageiro, que você perdeu a oportunidade? O que acontece quando o corpo físico dorme, Ortêncio? - perguntou o guardião. Se, então, o Espírito se liberta e busca usufruir dessa liberdade mesmo que temporária, e isso, ainda que a maioria dos desencarnados nem se deem conta disso, o mesmo não seria diferente com o corpo fluídico. Esse, quando em repouso, deixa o Espírito livre para ir buscar energia aonde, como no caso, você pudesse se sentir mais seguro. Estar ou não consciente nesse momento dependerá de vários fatores e, principalmente, no caso de vocês que viajam em zonas escuras pela primeira vez. Acalme-se que logo teremos outras oportunidades para treinarmos sua consciência em tais circunstâncias. Após a fala do guardião, seguimos Augusto para a nossa reunião com o comando daquela colônia... </span></div>
Mensageiro de Aruandahttp://www.blogger.com/profile/08010220269758840288noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4860315835382060869.post-53992253553542240952015-03-09T22:47:00.002-03:002015-03-09T22:47:36.275-03:00Página 60<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">A cada hora, minuto ou segundo que
passava, sentíamos o ar ficar cada vez mais pesado. Começáramos a senti-lo como
se ele fora o frio encarnado. Também me incomodava muito um tipo de poeira
cinzenta que, mesmo caindo lá fora, deixava o local mais assustador. Assim,
víamos cobertos por essa poeira, árvores sem vida, prédios demolidos e em
estado deplorável, tudo isso formava o cenário de um local absolutamente
deserto. Nosso veículo era apenas seguido pelo veículo da equipe de Maria, mas
quase não sentíamos as energias dos tripulantes de apoio. Viajamos por essa
paisagem assustadora por algumas horas, até que, como que surgindo do nada, uma
grande fortaleza se abriu a nossa frente. Seus muros feitos todos de pedras
mediam quase cinco metros de altura e, por trás deles, encontrava-se um grande
castelo ou igreja - de longe eu não sabia diferenciar. Espíritos de branco com
coletes dourados faziam a vigia em guaritas sobre a muralha. Mas vigiar o quê e
por quê, em um local que, ao menos para meu olhar, encontrava-se sem vida e,
ainda, o que fazia afinal aquela fortaleza em local tão afastado da crosta
terrestre? Essas eram as minhas indagações, que com o tempo seriam respondidas,
mesmo sem que eu as verbalizasse. O grande portão de madeira se levantara
lentamente e nossos veículos passaram suavemente por ele. O local também não
era bonito, ou seja, por trás dos muros a paisagem não mudara, ali continuava
frio e escuro e as cinzas caiam como uma fina garoa. O castelo ficava a quase
cem metros da muralha, sua escadaria de pedras e um pátio nos davam a impressão
de que estávamos em um castelo europeu. Nas escadas, uma pequena comitiva de
boas-vindas: três homens e duas mulheres, todos vestidos de calças e batas
brancas. Um deles trazia na cintura uma faixa dourada, os outros quatro usavam
tais faixas na cor azul claro. Nossos veículos pararam a poucos metros da
escada, descemos calmamente e o homem de faixa dourada, um negro alto de
sorriso iluminado e olhos escuros como jabuticaba, disse-nos: - Que o manto de
Maria cubra a cada um de vocês e que a misericórdia divina esteja com todos
nós. Foi João quem respondeu: - Que assim seja, meus amigos. Será que nesse
recanto de amor e de paz, iluminado pelo amor do Cristo Jesus, há um lugar para
esses pobres fios de Deus descansarem? O homem sorriu gostosamente e respondeu:
- João Guiné, seu velho mandingueiro, quando foi que você não encontrou abrigo
na casa do pai? Sejam bem-vindos a nossa casa, Mensageiros de Aruanda. Subimos
as escadas e fomos recebidos com calorosos abraços por todos. - Meu nome é
Frederico, diretor deste local de socorro. Estes são, Augusto, Alexandre,
Francisca e Catarina, responsáveis pela estadia de vocês aqui. - Perdoe-me o
atrevimento Frederico, mas não há nenhuma placa ou informe do nome da colônia
de vocês em nenhum local. Aonde estamos? - perguntou Humberto. - Estão na casa
do pai e isso basta, não é mesmo? - Mas por que o anonimato? - insistiu
Humberto. Vocês não serão os primeiros ou os últimos a falarem desse local de
socorro. Na verdade, desde há muito tempo, médiuns recebem notícias desse local
e cada um lhe dá o nome que prefere e isso nos deixa muito felizes. Não
precisamos de um rótulo e por isso não o temos. O mais alto acha injusto
rotular o último ponto de apoio antes de se adentrar a uma região tão sofrida.
Aqui abrigamos todos os viajantes, socorristas, estudiosos e ainda espíritos
ignorantes, antes de serem levados a outras cidades espirituais, por isso
chamamos este local de colônia e não de cidade. Estamos aqui há muito tempo,
abrigando e sendo o farol daqueles que precisam se orientar na escuridão.
Frederico apontou para o que eu achara ser uma das torres do local e que, no
entanto, era mesmo um farol iluminado, orientando a direção àqueles que iam
buscar na escuridão a luz do amor e da verdadeira abnegação ao Pai celestial e,
por alguns segundos, debaixo daquela garoa de cinzas, eu fiquei admirando
aquela luz prateada, brilhando como uma estrela solitária...</span><span style="color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 9.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Mensageiro de Aruandahttp://www.blogger.com/profile/08010220269758840288noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4860315835382060869.post-56867386230190212472015-03-01T20:55:00.001-03:002015-03-01T20:55:45.688-03:00Página 59<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif;">Vamos levantar o Cruzeiro de Jesus, vamos
levantar o Cruzeiro de Jesus,
do céu, do céu, do céu, a Santa Cruz... E foi
assim, cantando essa música apenas em meu pensamento, que entrei no
veículo que nos transportaria à cidade Nova Geração. Sei que meus companheiros
ouviam tais pensamentos e eram contagiados pela música. Nossa equipe não era
tão grande come eu pensara. Iriam nos acompanhar: Joana, que seria responsável
pelos Cavaleiros de Ogum, os quais fariam nossa segurança, o jovem médico da
Legião de Omolu, e, ainda, Inocêncio, Maria, os índios Pena Branca e Cobra
Coral, o guardião Felipe, João Guiné, Humberto e Henrique. Já no veículo
hospitalar, comandado pela legião de Maria, aí sim havia uma equipe bem maior:
eram quase trinta espíritos entre médicos e enfermeiros. A mim, Gloria me dera
de presente um rosário branco que eu segurava entre as mãos. Os veículos começaram
a se movimentar e o meu coração a bater mais forte. Lentamente atravessamos o
recanto de auxílio Tupinambá. Os índios nos abriram os portões e, ao
atravessá-los, estávamos novamente sobre a escuridão da mata e seus perigos.
Para minha surpresa, os veículos não ganharam velocidade como de outras vezes e
continuaram o caminho suavemente. Percebendo minhas indagações, Maria
falou-nos: - Viajaremos por algum tempo assim para nos adaptarmos às energias
dos locais que visitaremos, ainda faremos uma parada em outro ponto de socorro,
para que nossos perispíritos não sofram com a mudança drástica de energias. -
Pensei que espíritos do bem poderiam entrar em qualquer local - disse Humberto.
- E podem, respondeu Felipe, contanto que se preparem para isso. Na verdade,
ainda existem locais, nos planos astrais, apenas visitados por espíritos muito
superiores a nós, ou seja, com alto grau de evolução, pois se assim não fosse
lá se perderiam, tamanha força negativa ainda existente no universo. - A que
tipo de espíritos o irmão se refere? Aos anjos, suponho. - disse Humberto. -
Não uso tal palavra, porque compreendida assim, literalmente, amigo Humberto,
ela seria mal entendida. Prefiro ir além da descrição de simples seres
mitológicos, pois, "anjos e demônios", "espíritos
evoluídos", todos esses são apenas títulos ou adjetivos que o alto usou
para que em nossa capacidade intelectual, ainda tão medíocre, pudéssemos
entender o amor ou a absurda falta dele. Eu prefiro chamá-los pelos seus nomes,
como Maria de Nazaré, Bezerra de Meneses, Tereza de Calcutá e o próprio Cristo,
pois são esses que vão ao encontro de seres chamados aqui de Demônio, acolá de
Dragões, e sempre para levar-lhes o amor do Pai. É tempo de regeneração e esses
seres sabem que seu tempo é curto e, agora, alguns deles reencarnaram, outros
já se encontram na terra e precisam de forte vigilância. - Mas, seres tão
perigosos como esses... não era melhor que ficassem em prisões no astral? -
perguntei. Dessa vez, quem respondeu foi Henrique: - E onde estaria a justiça
divina, Manoel, que condenaria uns à prisão eterna e daria a dádiva do
recomeçar a outros? O progresso é e sempre será para todos, sem exceções.
Assim, o plano de deus sempre estará trabalhando pelos seus filhos,
independentemente de quem seja esse filho. Eu nem percebera que ganháramos
velocidade, mas a mudança de cenário me chamou a atenção: já não estávamos mais
sobre as matas e atravessávamos o oceano escuro. - Eu gostaria de mostrar algo
aos fios, passemos à sala de conferência. - disse João Guiné. O veículo possuía
uma grande sala que continha uma igualmente grande tela escura, onde logo se
começou a projetar algumas cenas em nossa frente. Tratava-se inicialmente de
episódios que se passaram no tempo das Cruzadas, o grande derramamento de sangue
nos campos de batalha em nome da fé. A carnificina eram chocante. - Os fios
precisam prestar mais atenção no que estão vendo. - disse o Preto Velho com uma
voz triste, demonstrando que o que ele via o machucava muito, pois lágrimas
molhavam o rosto de João Guiné. Concentrei-me naquela difícil cena de
guerra e para o meu espanto o que vi foi assustador: uma segunda luta também
era travada no plano espiritual, onde espíritos de luz, banhados de prata,
tentavam socorrer aqueles que ali desencarnavam. Porém, espíritos, os quais
aqui chamarei de espíritos das trevas porque desconheço outro nome para os
mesmos, tentavam investir contra a ordem do Cristo, debruçando-se como animais
por cima da caça abatida e assemelhando-se a vampiros retiravam os fluidos que
ainda restavam nos corpos dos guerreiros inertes. Os socorristas usavam armas
de luz que os atiravam parar longe, porém, eles se levantavam e continuavam com
suas investidas. Os espíritos que acabavam de abandonar o corpo tinham reações
diversas: alguns não percebiam que foram abatidos e levantavam lutando, entre
esses percebi que uma parte conscientemente investia contra os socorristas,
outros se deixavam levar pelos seus algozes, enquanto os mensageiros do
cordeiro se desdobravam carregando centenas ou milhares de macas... A imagem,
por fim, foi sumindo, lentamente o Preto Velho ainda com a voz embargada
disse-nos: - Isso, fios meus, é apenas uma pequena parcela do que podem fazer o
Dragões, ou qualquer que seja o nome que lhes queiram dar. Contudo, não adianta
apenas culpá-los sem analisarmos as responsabilidades dos homens nesse processo
destrutivo e isso deve ser feito com muito estudo, amor e sabedoria. Entraremos
em contado direto com um subordinado dos seres que arquitetaram essa batalha.
Pois bem, vejam o quanto estamos nos preparando, não porque somos inferiores ou
superiores, pois tomar quaisquer dessas posições seria muito prejudicial a
nossa missão, mas porque trabalhamos para que cenas como essa não façam mais
parte da história da terra. A tela novamente se iluminou e agora já víamos a
época de bombas e metralhadoras, porém o trabalho do bem era feito com o mesmo
amor, incansável e inesgotavelmente..</span><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></div>
Mensageiro de Aruandahttp://www.blogger.com/profile/08010220269758840288noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4860315835382060869.post-91653109031015589982015-02-18T22:43:00.000-02:002015-02-18T22:43:13.218-02:00Página 58<div style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">Não tínhamos muito tempo, pois nossa viagem às
terras umbralinas tinha data certa para começar, contudo, ainda ficaríamos na
Colônia Tupinambá por alguns dias, tempo suficiente para ficarmos cônscios de
nossas responsabilidades como emissários do Cristo Jesus. Assim sendo, nossos
dias foram de reuniões e de muito estudo de nossa equipe. Apenas João Guiné,
Maria, Felipe e Henrique, juntamente com os outros integrantes, tinham
participado de missões parecidas, somente eu e Humberto é que, apesar de nossa
participação em socorros variados, nunca tínhamos ido tão profundamente a essas
regiões escuras. Minha curiosidade e ansiedade afloravam e a cada dia só
aumentavam. Em uma dessas reuniões, o sábio Preto Velho nos explicara:
– Fios meus, é necessário que não se baixe a guarda em nenhum
momento nesse local, pois precisarão de poucos segundos para que alguns de
vocês, em poucos segundos, se encham de trevas. Usaremos roupagem pesada, quase
físicas, pois o local que iremos é alimentado por vícios carnais como o sexo, o
consumismo, o egoísmo, e, saibam, não há nada mais carnal que o egoísmo, fios,
isso é o que entrava encarnações e obscurece a alma do homem.<span class="apple-converted-space"> </span>– O<span class="apple-converted-space"> </span>irmão falou do sexo e eu lhe pergunto,
por que o homem se entrega a tal pecado tão facilmente?<span class="apple-converted-space"> </span>– disse Humberto.<span class="apple-converted-space"> </span>–<span class="apple-converted-space"> </span>Primeiramente
fio, quem disse que sexo é pecado? Já está na hora do fio esquecer os dogmas
religiosos e lembrar que, no universo do Pai Maior, as religiões são apenas
rótulos. Mas, respondendo à pergunta do fio, o sexo não pode ser visto como um
ato criminoso pois ele é de grande benefício ao homem, quando usado de maneira
correta, com amor, respeito e principalmente com paz no coração. Ele gera
energias magníficas que são quase um Big Bang energético. Ele se torna ruim
quando é desregrado, praticado sem amor e apenas por vício, fio, pois o ser
humano o pratica de forma mecânica para ser o alfa de sua espécie, esquecendo
para o que foi criado.<span class="apple-converted-space"> </span>– O
que o Pai Velho diz do consumismo? Como isso pode alimentar as esferas do mal?<span class="apple-converted-space"> </span>–<span class="apple-converted-space"> </span>perguntou
o índio Pena Branca. –<span class="apple-converted-space"> </span>Fio,
cada vez mais os seres se afastam da simplicidade e quanto mais têm mais
querem. Compram de tudo achando que o comprar é ter respeito e acabam se
apegando a coisas materiais ou a sentimentos perturbadores, pois consumimos
demasiadamente sentimentos desnecessários, como quando sentimos raiva do chefe
por ele estar cumprindo seu trabalho, a inveja do chefe religioso, a disputa
por cargos e status. Tudo isso, fios, gera energia e esta energia além de ficar
com os fios é emanada para o universo. Quando os fios colocam na cabeça que
querem algo e só pensam naquilo, esquecendo de todo o resto, ficam obcecados
por aquela ideia e isso gera um desgaste energético dos corpos físico e
espiritual dos fios, pois esse tal pensamento vai sugando as energias docês,
uma vez que ele precisa de uma fonte de energia para se alimentar. Isso que os
fios da terra começam a sentir os órgão responsável por filtrá energias, quando
começam a também sentir dores de cabeça com o desequilíbrio dos chacras...
Saibam que essas energias ruins todas são colhidas por irmãos contrários à causa
do Cristo e são levadas para alimentar cidades como estas que vamos visitar.
Quando vacilarem neste local, os principais pontos a serem atingidos serão
esses.<span class="apple-converted-space"> </span>–<span class="apple-converted-space"> </span>A quais sintomas precisamos ficar
atentos, Pai Velho? –<span class="apple-converted-space"> </span>mais
uma vez perguntou Humberto.<span class="apple-converted-space"> </span>–<span class="apple-converted-space"> </span>Fiquem atentos a vossas mentes, se
concentrem no trabalho e tentem doar o que tenham de bom dentro de si mesmos.
Muitas vezes, vemos médiuns de casas espirituais<span class="apple-converted-space"> </span>–<span class="apple-converted-space"> </span>e
quando digo espirituais incluo todas aquelas que se propõem a trabalhar com
espíritos<span class="apple-converted-space"> </span>–, quando saem de seus
trabalhos mediúnicos dizendo “Nossa, como meu mentor ou caboclo trabalhou hoje!
Estou cansado!” Isso ocorre, fios, por direcionarem mal seus pensamentos, pois
a reposição energética é praticamente instantânea, quando pensam no eu e pedem
pelo outro só através da boca e não do coração, desviam seus pensamentos em
momentos errados para si ou para o problema daquele mais próximo esquecendo de
auxiliar corretamente o assistido. Há muitos espíritas que veem para o socorro
e passam a maior parte do trabalho desperdiçando energia e dando trabalho aos
espíritos que ali vão em socorro do próximo. Então, aprendam a serem
disciplinados mentalmente, direcionem o seu melhor ao próximo, sem pensar na
recompensa, pois essa, fios, é consequência. Juntem mente e coração para
caminharem juntos, sendo o coração o sentimento e a mente a razão. Eles não
podem andar separados, pois se assim for, os filhos se perderão nos conflitos
criados por si mesmos e nada pior do que está perdido dentro da própria escuridão...</span></div>
Mensageiro de Aruandahttp://www.blogger.com/profile/08010220269758840288noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4860315835382060869.post-62072819547640356702015-02-11T23:50:00.001-02:002015-02-11T23:50:39.543-02:00Página 57<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Nossa estadia naquele local abençoado
não foi tão rápida como eu pensara e, após sairmos daquela que classifiquei
como a ala dos coletores, passamos por uma outra ala, onde nos energizamos
através de passes e nos alimentamos de um delicioso caldo. Então, fomos
encaminhados a uma sala rústica de chão batido e paredes de tijolos. Nesta sala
de reuniões havia uma mesa redonda e cadeiras, todas de madeira rústica. Para
minha grande surpresa já se encontravam sentados à mesa Ubirajara, da sétima de
Oxalá e Samuel, da sétima de Xangô, juntamente com Gabriel, da sétima de Exu e
com Iraci. Todos nos sorriram e nos cumprimentaram com grandes e calorosos
abraços. Logo após os afagos fraternos, Ubirajara começou a falar: </span><span style="color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 9.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">– F</span><span style="color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">ilhos de Aruanda,
nossa visita a este local de socorro e amor não é apenas para matar as saudades
de vocês, viemos de nossa cidade expressar nossas preocupações e dar ordens
para uma nova direção em vossa viagem. A fala do índio era cautelosa, mas
transparecia sua preocupação. </span><span style="color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 9.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">– O</span><span style="color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> alto recomenda que vocês
visitem a cidade umbralina denominada Nova Geração, instalada em zona muito
densa, abaixo da terra, onde muitos de vocês nunca estiveram. Ocorre por lá uma
agitação ainda pequena, é verdade, mas que pode provocar muitos eventos catastróficos
para os encarnados. Irão em missão de paz. Aqueles que lá estão sentirão vossa
presença. Vossa missão é proporem a paz, evangelizando e levando o amor do Pai
àqueles que vivem na escuridão. João Guiné, que olhava apreensivo para a mesa,
parecendo concentrado em seus desenhos, levantou o olhar calmamente e
disse: </span><span style="color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 9.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">– A</span><span style="color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">migo Ubirajara, não estou me colocando contra o que o alto nos pede, mas
me pergunto: por que mandar uma equipe ainda em treinamento para tal zona
umbralina? Por dois motivos, Pai Velho </span><span style="color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 9.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">–</span><span style="color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> disse a voz de Samuel, que de
tão grave parecia que derrubaria as paredes. A mim, que tinha visto Samuel
apenas uma vez no campo do esclarecimento, ele parecia bem maior de
perto. </span><span style="color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 9.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">– O </span><span style="color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">primeiro deles é que vocês conseguirão entrar e sair com mais facilidade,
pois os dragões olharão com desprezo para um grupo não tão bem treinado, o
segundo é para que o repórter de Aruanda possa relatar posteriormente aos
viventes aquilo que vir, o que consideramos muito importante. O Preto Velho
sorriu e disse: </span><span style="color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 9.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">– Q</span><span style="color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">ue nosso Pai Oxalá nos acompanhe. Henrique se levantou e
perguntou: </span><span style="color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 9.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">– E</span><span style="color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> qual será nossa estratégia para uma missão como essa? Gabriel, que
como sempre usava o branco habitual (custava acreditar que ele era chefe dos
guardiões), respondeu: </span><span style="color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 9.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">– J</span><span style="color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">á que os vi de forma tão errônea em minha última
passagem pela terra, vocês receberão veículos mais modernos que os deixarão
quase invisíveis aos olhos dos generais da cidade. Retirarão de lá apenas
aqueles que lhes forem permitido retirar, bem como os que vierem de boa vontade.
Nada mais que isso. Os termos devem ser negociados com o general Estácio, que é
quem encontrarão. Para terem mais liberdade no trabalho, levem consigo
equipamentos, água em abundância e... Nesse momento, um ser abriu a porta, todo
vestido de azul, portanto uma cruz branca no peito. Era uma linda senhora de
cabelos brancos, olhos verdes, e que com um sorriso esplendoroso nos saudou,
dizendo: </span><span style="color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 9.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">– </span><span style="color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Que a luz do Mestre redentor ilumine nossos corações e que o manto da
mensageira da paz nos proteja com amor e carinho. Gabriel, abraçando-a: </span><span style="color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 9.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">– A</span><span style="color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> equipe de
socorro de Maria de Nazaré, liderada por nossa irmã Glória. Eu já ouvira falar
dos socorristas de Maria, mas nunca imaginara que as energias emanadas por essa
equipe de socorro fosse tão iluminada. Todo aquele que está na luta do bem,
socorrendo seus irmãos, Mensageiro, está sob as ordens de nossa general Maria.
Um nome é só um nome, pois todas as missões de socorro passam pelo departamento
desse espírito iluminado. Sei que muitos questionamentos passam por sua cabeça
e a um deles respondo nesse momento: para o Cristo Jesus, tudo e todos
desse planeta são espíritos importantes na caminhada da evolução. Ele não se
importa a respeito de que recursos seus aliados irão usar para essa finalidade,
se irão se valer do auxílio de índios, pretos velhos, de irmãos católicos, ou
do trabalho de germânicos, asiáticos ou africanos. Aos olhos de espíritos como
o de Jesus e de tantos outros, espírito é espirito e nenhum, seja lá qual for,
ficara sem ajuda de Deus todo poderoso. Eu me encontrava entre lágrimas, por
vários motivos, um deles era em função do meu preconceito e que mais uma vez
caíra por terra, pois Maria mandara seu brasão para trabalhar com o povo de
Aruanda e isso me ensinara muito, sobretudo de que um nome é apenas um nome e
nada mais... </span><span style="color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 9.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Mensageiro de Aruandahttp://www.blogger.com/profile/08010220269758840288noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4860315835382060869.post-25860615564574732852015-02-08T22:42:00.001-02:002015-02-08T22:42:42.671-02:00Página 56<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Dirigimo-nos
a uma outra oca e novamente estávamos em um ambiente hospitalar, portanto, em
um lugar organizado e silencioso. Apesar da simplicidade do local, a tecnologia
podia ser vista por todos os lados, ali quase não se usava papel, pois todas as
informações eram passadas ou via pensamentos ou por meio de computadores
portáteis. Aliás, era quase hipnotizador ver as energias correrem pela sala em
ondas magnéticas, quando “fios” coloridos nos atravessavam a todo momento, cada
qual em busca de seu destino. Caminhamos por um corredor e atravessamos uma
grande porta, dentro, supervisionados por alguns desencarnados, encontravam-se
em camas hospitalares espíritos que ainda eram vivos no plano material e,
somente então compreendi o que a irmã me dissera, de que veríamos algo
realmente triste. Iraci olhou-me e disse:<span class="apple-converted-space"> </span>–<span class="apple-converted-space"> </span>Isso é mais comum do que se imagina,
amigo. Sim, mais triste do que um espírito desencarnado em estado de sofrimento
é um espírito em sofrimento e ainda encarnado. Naquela espécie de enfermaria,
víamos enfermidades de todos os tipos. Um homem alto, trajando o tradicional
jaleco daquela cidade, aparentando ser de origem indígena, com cabelos negros
que iam até a cintura e que estavam amarrados em um rabo de cavalo, veio ao
nosso encontro. Ele nos sorriu e Iraci fez as apresentações:<span class="apple-converted-space"> </span>–<span class="apple-converted-space"> </span>Esse
é nosso irmão Ricardo, responsável por esse setor.<span class="apple-converted-space"> </span>–<span class="apple-converted-space"> </span>Sejam
bem-vindos, povo de Aruanda, e que Deus nosso pai os abençoe.<span class="apple-converted-space"> </span>–<span class="apple-converted-space"> </span>Que
o fio seja abençoado junto conosco.<span class="apple-converted-space"> </span>–disse
João Guiné<span class="apple-converted-space"> </span>–<span class="apple-converted-space"> </span>O<span class="apple-converted-space"> </span>fio
pode nos explicar o que se faz neste local e qual seu trabalho aqui?<span class="apple-converted-space"> </span>–<span class="apple-converted-space"> </span>Neste
local, João, cuidamos de espíritos encarnados que, por suas condições,
desenvolveram em seus corpos físicos doenças, desejos e atitudes desnecessárias
na sua atual encarnação. Nem todos que estão aqui estão com
o perispírito doente. Em sua maioria, tratamos de espíritos que se
encontram em um alto grau de depressão e que recebem, através da
sonoterapia e de outros tratamentos psicológicos, auxílio para retornarem aos
seus corpos melhores do que quando aqui chegaram. Aquilo tudo ia me deixando
com dúvidas e, percebendo isso, Ricardo disse-me, sorrindo:<span class="apple-converted-space"> </span>–<span class="apple-converted-space"> </span>Isso
lhe parece estranho, mensageiro? Eu respondi afirmativamente com a cabeça e ele
continuou:<span class="apple-converted-space"> </span>– Tais espíritos
que aqui se encontram no momento dormindo, eles estariam agora em zonas
umbralinas e seriam usados por forças contrárias ao cordeiro. Em sua maioria,
são religiosos e cientistas de grande influência no plano terreno. A verdade é
que uma minoria de autoridades, enquanto dormem, recebem orientações benéficas,
estudam ou são ajudados em decisões.<span class="apple-converted-space"> </span>–<span class="apple-converted-space"> </span>Mas por que isso é feito com os
espíritos, assim, “inocentemente”, eles não receberiam melhor tais informações
se estivessem acordados?<span class="apple-converted-space"> </span>–<span class="apple-converted-space"> </span>perguntou o guardião Felipe, o que me
surpreendeu bastante já que ele quase nunca questionava.<span class="apple-converted-space"> </span>–<span class="apple-converted-space"> </span>Tais
espíritos são muito espiritualizados dentro de suas doutrinas, o que dificulta
o contato direto, pois cada um deles deveria ser levado a colônias específicas
para isso e, no caso, a logística nos faria perder algum tempo com viagens
astrais nos meios de transporte próprios aos encarnados. De pronto perguntei:<span class="apple-converted-space"> </span>–<span class="apple-converted-space"> </span>Mas
o espírito não se locomove com a velocidade do pensamento? Por que vocês têm
essa dificuldade?<span class="apple-converted-space"> </span>–<span class="apple-converted-space"> </span>Mensageiro, como você está viajando
pelo astral?<span class="apple-converted-space"> </span>–<span class="apple-converted-space"> </span>perguntou-me o médico.<span class="apple-converted-space"> </span>–<span class="apple-converted-space"> </span>Dentro
de um veículo.<span class="apple-converted-space"> </span>–<span class="apple-converted-space"> </span>respondi.<span class="apple-converted-space"> </span>–<span class="apple-converted-space"> </span>Se
esta viagem fosse feita somente por você e apenas mais um membro de sua equipe,
esse meio de transporte seria necessário?<span class="apple-converted-space"> </span>–<span class="apple-converted-space"> </span>Acredito que não.<span class="apple-converted-space"> </span>–respondi mais uma vez.<span class="apple-converted-space"> </span>–<span class="apple-converted-space"> </span>Pois
bem, ele é necessário pela quantidade de espíritos a serem transportados em
conjunto, mas também pelo fato de que se não fosse o veículo o seu pensamento
te levaria aonde o seu coração quisesse e não necessariamente o seu cérebro
ordenasse. Só viajam com tamanha independência espíritos com grande equilíbrio
e capacidade de concentração e que, portanto, não perdem o foco do seu caminho,
bem como não se perdem uns dos outros. Estes que aqui se encontram têm ainda um
agravante: estão ligados ao seu corpo físico o que deixa a viagem e seus
espíritos mais pesados, por assim dizer, devido às energias acumuladas no dia a
dia. São trazidos aqui todas as noites por uma equipe que chamamos de
coletores, eles são responsáveis pelo transporte de espíritos que necessitam
desse tratamento. Normalmente passam por uma triagem e são levados a cidades
próximas de suas residências carnais.<span class="apple-converted-space"> </span>–<span class="apple-converted-space"> </span>Por quanto tempo eles passam por esse
tratamento?<span class="apple-converted-space"> </span>–<span class="apple-converted-space"> </span>perguntou Humberto.<span class="apple-converted-space"> </span>–<span class="apple-converted-space"> </span>Isso
é relativo, irmão. Alguns por muito tempo até que cada um crie consciência de suas
responsabilidades e por si só lute contra a ignorância carnal e se direcione em
sua missão corretamente.<span class="apple-converted-space"> </span>–<span class="apple-converted-space"> </span>E<span class="apple-converted-space"> </span>se
isso não acontecer?<span class="apple-converted-space"> </span>–<span class="apple-converted-space"> </span>pensei. Tendo ouvido meu pensamento
ele me disse:<span class="apple-converted-space"> </span>–<span class="apple-converted-space"> </span>Não interferimos na lei do
livre-arbítrio, mensageiro. Depois de algum tempo e de muito estudo, liberamos
o espírito para que ele tome suas próprias decisões e, se ele escolher o
caminho mais difícil, apenas oramos para que sua queda não seja tão dura.<span class="apple-converted-space"> </span>–<span class="apple-converted-space"> </span>Então,
nenhum espírito passa por este tratamento mais de uma vez? E, então, ele
foi incisivo:<span class="apple-converted-space"> </span>–<span class="apple-converted-space"> </span>Não na mesma encan</span><span style="background: white; color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif;">ação...</span><o:p></o:p></div>
Mensageiro de Aruandahttp://www.blogger.com/profile/08010220269758840288noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4860315835382060869.post-70110339446487426662015-02-04T21:58:00.000-02:002015-02-04T21:58:31.175-02:00Página 55<div class="MsoNormal" style="tab-stops: 75.75pt; text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Acordei em uma confortável cama, em um lugar
que me pareceu uma enfermaria comum, com vários leitos, todos forrados de
lençóis brancos, na qual enfermeiros andavam de um lado para o outro, ou seja,
em um cenário corriqueiro no plano espiritual. Em um canto, um grupo conversava
ao lado da minha cama. Ao despertar completamente, percebi que se tratava dos
meus amigos, acompanhados por uma linda senhora de longos cabelos negros e de
olhos castanhos. Ela estava de branco e usava ainda um avental verde escuro,
que trazia na altura do peito o desenho de um penacho colorido e a inscrição
Casa de Misericórdia Tupinambá. João sorriu e disse-me:<span class="apple-converted-space"> </span>–<span class="apple-converted-space"> </span>Seja
bem-vindo, fio. Como se sente? Eu não poderia saber como responder a essa
pergunta, pois naquele momento ainda estava meio enjoado, como se tivesse
comido algo estragado. A senhora sorriu para mim e me disse:<span class="apple-converted-space"> </span>–<span class="apple-converted-space"> </span>Ortêncio,
isso é mais comum do que se imagina, o que te fez mal não foi a sua
invigilância, mas sim as energias densas desse território. Apesar de você já
ter passado algum tempo em locais com energias parecidas, destas nunca chegara
tão perto, ou seja, de tão grande força do mal. Ela falava com uma propriedade
da minha pessoa, que chegou a me assustar.<span class="apple-converted-space"> </span>–
Desculpe-me, pela minha falta de educação, amigo, eu sou Iraci, médica desse
centro de misericórdia. Seja bem-vindo. Eu me levantei ainda tonto e a abracei
carinhosamente, o que por si só me fez reaver minhas forças.<span class="apple-converted-space"> </span>– Por que esta energia?<span class="apple-converted-space"> </span>–<span class="apple-converted-space"> </span>perguntei.<span class="apple-converted-space"> </span>– Estamos em uma zona umbralina em
meio a uma conhecida zona de mata no território brasileiro e que aqui se
instalou há mais ou menos 400 anos, quando os Bandeirantes e alguns religiosos
faziam suas expedições. As energias de rancor, ódio e tantos sentimentos
nefastos resultantes dos conflitos de então criaram esse local no astral. Ela
me indicou a porta e saímos. Um dia cinzento se fazia dentro dos portões
daquele local. Várias ocas, enormes, como aquela em que eu estivera, feitas de
barro por fora e de teto de palha, davam-me a impressão de estarmos em meio a
uma tribo indígena. Cerca de dez transportes como o nosso e que circulavam por
ali, contrastavam com o aspecto rudimentar daquele local tão inusitado.
Contudo, apesar da grande quantidade de indígenas no local, ali também se
encontravam pessoas de várias etnias. Então, uma sirene soou e os portões se
abriram.<span class="apple-converted-space"> </span>– Acompanhem-me, amigos,
vocês terão a oportunidade de conhecer o nosso humilde trabalho<span class="apple-converted-space"> </span>–<span class="apple-converted-space"> </span>disse
Iraci. Sorrindo para João, completou:<span class="apple-converted-space"> </span>–
Lógico, para os que ainda não o conhecem. Um transporte verde entrara pelos
portões e uma correria organizada começou a acontecer. Um homem alto, moreno de
olhos cinzas, dava ordens com sua voz grave:<span class="apple-converted-space"> </span>–
Equipe de traumas de 1 a 3 se preparem, traumas psicológicos e danos morais a
minha esquerda, setor de memórias, vocês serão os últimos a sair. Equipe de
limpeza: estejam a postos, não podemos perder tempo. Quando as várias portas do
transporte se abriram, eu achei que estava em um campo de batalha medieval,
pois seres de todos os tipos e apresentando inúmeras deformidades foram
encaminhados às equipes. Seguiríamos uma em especial, com a se encontrava uma
bonita moça branca, de cabelos loiros e que naquele momento encontrava-se
maltrapilha e tendo as mãos em carne viva e seu corpo cheio de feridas. A equipe
de limpeza usava máscaras e uma roupa parecida com as de grupos que combatem
doenças contagiosas, nós também tivemos que colocar o traje para acompanhar o
processo. Após a moça ter sido deitada em uma maca, a equipe saiu em disparada
na direção de uma oca localizada na direção sul da tribo. Então, entramos em um
laboratório dos mais modernos e a moça foi colocada em uma esteira que se movia
lentamente. Na primeira etapa, ela passava dentro de um enorme tubo de vidro e
recebia jatos de energia colorida que lhe atingiam a fim de limpar seu corpo
perispiritual. Ao sair do outro lado, estavam visíveis agora os insetos
almáticos que tinham se alojado em todas as partes de seu corpo, mas se
concentrando sobretudo em seu umbigo e nas genitais. Os vermes pareciam se
alimentar daquela pobre coitada. O segundo passo era formado por uma estrutura
metálica que disparara raios elétricos e assim retiravam os vermes, que caíam
ao contato com tal energia. Essa segunda etapa demorou um pouco mais e, à
medida que isso era feito, a enferma se contorcia e soltava gritos que doíam em
minha alma. Logo após, assistimos à última etapa: de cada lado da esteira,
mantinham-se três pessoas em pé e que estenderam suas mãos sobre o corpo da
moça, propiciando aplicações magnéticas. Desse modo, as vestes dela foram
mudando para roupas hospitalares e sua fisionomia serenando, bem como os
hematomas foram se fechando e seu corpo perispiritual se reconstituindo. Quando
todo o processo terminou, sua maca foi retirada da esteira e levada a um outro
setor, o qual me pareceu tratar-se de uma UTI. Então, ela foi colocada em uma
cama e aparelhos foram ligados ao seu corpo. Os enfermeiros se retiraram e
ficamos sós naquele centro de tratamento. Tanto eu quanto alguns dos ali
presentes nunca havíamos presenciado semelhante ação, mas foi Humberto quem fez
a primeira pergunta:<span class="apple-converted-space"> </span>– Ao<span class="apple-converted-space"> </span>que exatamente acabamos de presenciar,
Iraci? Ela sorriu e disse ao irmão evangélico:<span class="apple-converted-space"> </span>– Presenciamos a misericórdia do Pai,
nesse centro de higienização. Fizemos em apenas alguns minutos todo um processo
que demoraria muito se dependesse só do enfermo. Na primeira etapa, localizamos
o problema, com uma dose de energia moderada, como se fosse um raio x em tempo
real, na segunda, eliminamos através de doses de energia de cura, e que
canalizamos do plano material, e, na terceira, reequilibramos a energia vital.<span class="apple-converted-space"> </span>– Mas isso não interfere nas leis
naturais?<span class="apple-converted-space"> </span>–<span class="apple-converted-space"> </span>questionei a irmã.<span class="apple-converted-space"> </span>– O<span class="apple-converted-space"> </span>que
fazemos aqui Ortêncio é tão somente amenizar a dor desses seres que já sofreram
tanto e que sozinhos não conseguiriam sair do abismo criado por suas mentes e
atos. Eles não estão livres de seus traumas e dores, alguns demoram dias, meses
ou anos para acordar depois desse processo. Imagine então o que aconteceria sem
tal assistência. Aqui se pratica a maior lei do Pai, o Amor. Nossos irmãos têm
pela frente uma grande batalha. Responderam à sua consciência pelos seus atos,
terão que aprender a respeitar o corpo e a equilibrar as energias para não
voltarem ao mesmo estado.<span class="apple-converted-space"> </span>–<span class="apple-converted-space"> </span>E mesmo depois desse trabalho podem
voltar a se intoxicar mentalmente?<span class="apple-converted-space"> </span>–<span class="apple-converted-space"> </span>perguntou Humberto.<span class="apple-converted-space"> </span>– Sim, irmão, a mente humana necessita
de exercício constante e de disciplina e essa responsabilidade aumenta ainda
mais após a morte do corpo físico, pois tudo do lado de cá é mental e, se você
não aprende isso, acaba infelizmente no pior abismo que existe, aquele criado
pela própria criatura e que se torna por fim sua própria prisão. Dito isso,
Iraci nos convidou para conhecer o setor de traumas e perguntei:<span class="apple-converted-space"> </span>– Há<span class="apple-converted-space"> </span>coisas
piores que isso? Indicando-me outra oca, ela sorriu tristemente e me disse:<span class="apple-converted-space"> </span>– Infelizmente Ortêncio. Veja você
mesmo... </span><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></div>
Mensageiro de Aruandahttp://www.blogger.com/profile/08010220269758840288noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4860315835382060869.post-35772233557494160922015-02-01T22:30:00.000-02:002015-02-01T22:30:06.183-02:00Página 54<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Helena era um ser muito caro de nossa
equipe e depois da partida de nosso veículo alguns de nós, incluindo a mim,
ficamos um pouco tristes com a sua decisão de permanecer naquela Colônia. Foi
Maria quem nos chamou a atenção: – Caros amigos, por que a tristeza, se Helena
tomou uma linda decisão e com isso nos ensina que uns dos principais passos a
nossa evolução é o desapego a tudo que possa nos atrapalhar ou nos impedir de
seguir em frente? Nossa irmã decidir-se por ficar para ganhar conhecimento pode
estar sendo visto, por alguns de vocês, como se fora um ato de egoísmo da parte
dela, mas, ao contrário disso, Helena venceu seu apego aos títulos, ao amor
egoísta, e se dispõe, em nome do Pai maior, a recomeçar. E, qual de nós
sentimos o chamado em nossos corações, além de Helena? Qual de nós enfrentamos
nossos egos, em nome do próximo e de algo maior? Nada é nosso e aquele
que desejar alcançar o reino dos céus que dê tudo o que tem, se desfaça de suas
riquezas e siga o chamado do Mestre Jesus. Para variar, fiquei mais uma vez
envergonhado com meu egoísmo e, só então, vi que se não fosse pela explicação
de Maria, eu perderia uma lição muito grande. – Meus fio, a caminhada é longa e
muito teremos que deixar para trás e teremos mesmo que abrir mão de muito e isso
não por que somos fracos, pois fracos são os que querem carregar tudo e todos
consigo. Somos como as ondas do mar sagrado que vão e vêm, deixando o que é
preciso abandonar e só levando consigo para o oceano o necessário – disse o
Preto Velho João Guiné com um lindo sorriso – Fios, quantas encarnações os fios
já tiveram? Muitos dos companheiros dos fios já estão à frente dos fios na
escala evolutiva e outros, infelizmente, ficaram para trás, mas o amor e as
lição que estes aprenderam com os espíritos, que Deus coloca nos vossos
caminhos, está com os fios e isso sim é o que conta, pois do que adianta está
junto e está sozinho, vazio e triste. Pois assim seria a vida de Helena, se não
tivesse ficado com nossos amigos, seu corpo perispiritual estaria em Aruanda,
mas seu coração não. Com sua decisão, ela levou Aruanda para dentro de si e a
terá sempre. Dito isso, nossa conversa correu com alegria e com entusiasmo:
sorríamos e contávamos de nossos tempos na terra. Isso nos enchia de alegria,
pois, diferentemente do que muitos pensam, nós também temos nossos momentos de
descontração. Ser espírito desencarnado é ser fonte de vida, luz e alegria,
como gosta de nos falar Ubirajara da 7a Legião de Oxalá, e foi assim que
passamos a noite, dentro do veículo de transporte que vencia a escuridão com a
velocidade do pensamento. Enquanto conversávamos, alguns guardiões ficavam em
alerta. Felipe, ao nascer do sol, chamou nossa atenção para um fato que até
então me passara despercebido. Entráramos em zona de mata fechada e passávamos
próximo de montanhas frias e, conforme o veículo avançava mata adentro, tudo ia
ficando frio e ganhando uma cor esmaecida, as folhas antes verdes e reluzentes
agora estavam enegrecidas, uma neblina baixara e quase nada conseguíamos
enxergar. Já o veiculo, que parecia ter vida própria, desviava com maestria de
árvores, que pela aparência deviam estar ali há séculos. Diminuímos a
velocidade e vultos tornaram-se visíveis a nós, sentíamos a energia pesada que
emanavam e que também começavam a interferir em nossos pensamentos: eu começara
a ouvir gritos de agonia dentro de minha mente. Henrique segurou minhas mãos,
enquanto dizia: – Sua mente, Pai, é a sua fortaleza, concentre-se no bem que
veio fazer e vigiai e orai ao Pai maior. Então, uma imensa muralha de madeira
se formou diante de nós e, antes de desmaiar, eu pude ver os índios que abriam
o portão daquele Centro de Socorro, que muito me surpreenderia...<o:p></o:p></span></div>
Mensageiro de Aruandahttp://www.blogger.com/profile/08010220269758840288noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4860315835382060869.post-88714187861225948442014-12-11T21:17:00.001-02:002014-12-11T21:17:20.655-02:00Página 53<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 18.3999996185303px;">Vendo aquele ser sobre a cama, minhas perguntas eram muitas. Mas, a primeira delas era: – Por que um jovem faria isso com a própria vida? Foi Felipe quem nos respondeu: – Vivemos em uma época, mensageiros, na qual o espaço para nossos sentimentos, dentro das famílias terrestres, vem sendo diminuído. Temos visto, comumente, menos pais aconselhando seus filhos ou ouvindo-os com carinho acerca de suas vontades. Não se tem “tempo a perder” e tudo vira a tal aborrecência, e, assim, o jovem entra em uma das fases mais complicadas da vida, sem estrutura psicológica e afetiva para o que o aguarda na vida adulta. Questionamentos sexuais, afetivos, profissionais são as maiores causas da decadência do homem moderno e tudo isso em conjunto vai afastando-o dos outros e principalmente de Deus. Os caminhos de derrocada são muitos, a consequência é apenas uma: a dor da alma. A verdade é que poderíamos evitar tudo isso, sim, já que somos nós que escrevemos nosso destino no livro da vida, uma vez que nela estamos justamente para reescrevermos nossos começos. Porém, apesar da evolução do ser individualmente, a nova geração é dependente, sentimentalmente. Cada um depende do outro, por isso precisamos saber como iremos usar essa dependência, pois é ela que te eleva ou te rebaixa. O menino Felipe terminara sua fala com lágrimas nos olhos. Mariana nos explicou quem era o espírito da cama: – Esse nosso irmão se entregou ao egoísmo e encontra-se neste estado já há alguns anos. Foi trazido para cá, pois logo despertará por completo e a proximidade com os médiuns que aqui trabalham pode e deve ajudar na recuperação. Sua família ainda sofre muito com o seu ato de desespero e um dos seus parentes próximos, também cometeu suicídio, envolvido pela culpa, e, portanto, ele tem emanado energias que prejudicam a recuperação de ambos. Tais detalhes deste caso deixaram-me ainda mais comovido e as lágrimas começaram a molhar meu rosto. Lembrei-me que muitas vezes, em minha vida terrena, me sentira triste e sozinho, carregando fardos pesados em minhas costas, como filhos, netos, meu próprio terreiro e, neste momento, como me senti envergonhado por, naqueles momentos, ter desejado a morte a fim de fugir de minhas responsabilidades. – Não se envergonhe, amigo Ortêncio, – disse Dr. Tomazine – qual de nós não teve que lutar com seus sentimentos de angústia? Ao contrário dessa vergonha de agora, você deveria se orgulhar por, então, não ter sucumbido, mas ter sido forte para continuar. Deixaríamos aquela casa com lições que jamais esqueceríamos e também tendo feito grandes amigos. Os jovens nos acompanharam de volta à sala, pois era hora de partimos. Antes, no entanto, uma grande surpresa nos deixaria muito felizes. – Bem, é chegada a hora do nossa partida, fios. – disse o preto velho com lágrimas nos olhos. E, direcionando um lindo sorriso à Helena: – A fia quer falar alguma coisa? Como era linda nossa guerreira, mesmo sem sua armadura da 3ª Legião de Ogum! Helena era de uma força e luz impressionantes, sempre emanando muita energia de amor. Ela disse: – Pai João, peço... Comandante Henrique, peço permissão para continuar nessa colônia, pois sinto que chegou a hora de eu aprender e ajudar mais no campo da medicina da alma, com os médicos que aqui se encontram. As lágrimas banhavam o lindo rosto de Helena. Henrique a abraçara e lhe disse: – Que Deus te ilumine, minha irmã, que nosso pai Ogum te proteja nessa nova batalha. O preto velho João Guiné abriu os braços e aos poucos sua fisionomia foi se transformando, suas vestimentas foram mudando e, em questão de segundos, tínhamos a nossa frente Ubirajara da 7ª Legião de Oxalá. – Que Deus esteja em vossos corações. – disse ele. – Eis que venho me despedir da filha amada, que continuará sua caminhada longe de Aruanda, mas tão próxima de nós ainda, pois os laços feitos com amor e carinho nos guiarão pela eternidade e nos farão atravessar as noites traiçoeiras. Nossa cidade se orgulha de você filha, por atender esse chamado e, principalmente, por abrir mão do comodismo, com coragem para enfrentar o novo. Tenho certeza que sobre a tutela de Bezerra, a filha ganhara muito! Não apenas conhecimento, mas amor! Tendo dito isso, Ubirajara se foi e, aos poucos, João voltava ao normal. Uma chuva de rosas brancas caiu sobre a cidade. Pouco tempo depois, entramos em nosso transporte, o qual logo atingiu velocidade considerável para entrarmos na escuridão...</span></div>
Mensageiro de Aruandahttp://www.blogger.com/profile/08010220269758840288noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4860315835382060869.post-14062749515226631122014-11-20T18:44:00.004-02:002014-11-20T18:44:45.285-02:00Página 52<div dir="ltr" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;">
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 17.1200008392334px;">Diante daqueles jovens, nossa tristeza foi aos poucos desaparecendo, pois, diferentemente do espaço externo, o interior daquela casa exalava alguma alegria, tanto pela própria juventude quanto pela vontade de se melhorar daqueles jovens que despertavam para a vida maior. Helena se encontrava emocionada, com seus olhos brilhantes marejados. Todos sorriam e isso nos deixou muito à vontade. Confesso que meu coração sentia saudades dos meus netos, que, aliás, deveriam ter a mesma idade dos jovens que ali se encontravam. Sentamos nas grandes poltronas. João Guiné começou nosso diálogo: </span><span style="background-image: initial; background-repeat: initial; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt; line-height: 16.406665802002px;">–</span> É<span style="font-size: 12pt; line-height: 17.1200008392334px;"> um prazer, viu fios, sermos recebidos em vossa casa com tanto carinho, ainda mais porque esse Preto Velho sabe da luta de ocês e o quanto os fios vem se esforçando para não caírem em tentação, para superar as dificuldades do além-vida, né? O garoto Felipe, um rapaz com uma beleza europeia, sorriu com os olhos cheios de lágrimas e disse: </span><span style="background-image: initial; background-repeat: initial; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt; line-height: 16.406665802002px;">–</span> N<span style="font-size: 12pt; line-height: 17.1200008392334px;">ão podemos decepcionar nossos amigos e nossas famílias, senhor João, aqui o que nos faz fortes, além da misericórdia de Deus, é o amor daqueles que torcem por nossa plena recuperação, tanto do lado de cá como no de lá. </span><span style="background-image: initial; background-repeat: initial; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt; line-height: 16.406665802002px;">–</span> V<span style="font-size: 12pt; line-height: 17.1200008392334px;">ejo que vocês são jovens conscientes e que já aceitaram suas condições. Então, por que ainda estão em uma clínica como esta e já não foram encaminhados a uma colônia? </span><span style="background-image: initial; background-repeat: initial; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt; line-height: 16.406665802002px;">–</span> p<span style="font-size: 12pt; line-height: 17.1200008392334px;">erguntou Helena. Nesse momento, um sentimento de vergonha misturado com angústia pareceu ter atingido nossos anfitriões, o que me deixou intrigado. Foi Marco, um negro alto, cuja voz parecia milenar e que era o mais sério de todos, quem nos respondeu, sem levantar os olhos, sem nos encarar: </span><span style="background-image: initial; background-repeat: initial; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt; line-height: 16.406665802002px;">–</span> A<span style="font-size: 12pt; line-height: 17.1200008392334px;">inda não estamos em condições, Helena, atentamos contra nossas vidas e por isso nosso tratamento é diferenciado, não foi nada fácil chegar até aqui e cada dia é um dia. Hoje somos uma equipe de jornalistas do além, acompanhados por tutores e sob regras severas, levamos notícias do além ao plano dos mortais e daquele plano para aqui, o além, a todos os jovens que pensam em fazer ou que fizeram o mesmo que nós. Embora esse trabalho nos ajude muito, aqui passamos ainda por vários outros tipos de tratamentos, e temos regras e horários diferentes dos que são oferecidos em uma colônia normal. Humberto, que mudara sua feição e deixara transparecer sua reprovação em relação àqueles jovens, lhes disse: </span><span style="background-image: initial; background-repeat: initial; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt; line-height: 16.406665802002px;">–</span> Vo<span style="font-size: 12pt; line-height: 17.1200008392334px;">cês são suicidas, pois não deveriam estar sofrendo e pagando pelo erro que cometeram? Giovana, uma linda moça morena de cabelos vermelhos, que nos chamava a atenção devido seus grandes olhos castanhos e por ter o nome de sua mãe inscrito no braço esquerdo, com lágrimas escorrendo pela face, respondeu em tom severo: </span><span style="background-image: initial; background-repeat: initial; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt; line-height: 16.406665802002px;">–</span> S<span style="font-size: 12pt; line-height: 17.1200008392334px;">enhor, e quem lhe disse que não estamos sofrendo? Quem lhe disse que não estamos aqui envergonhados por nossa fraqueza e, sim, sofrendo a consequência daquilo que nós mesmos criamos? Assim lhe parece, apenas por que não estamos em um vale escuro, cheio de dor e de gritos, ou por que não estamos sendo chicoteados e acusados? A verdade é que despertamos nessa vida, já como marginais, inclusive somos tratados assim por vários espíritos, mas não por Deus, nosso pai, que nos dá uma nova chance a cada dia, os vales dos suicidas que tanto os humanos presam na literatura não são um terço daquilo que realmente acontece dentro de nós. Não são diferentes das dores que sofremos em consequência do nosso egoísmo. Aprendemos aqui que de nada irá adiantar o sofrimento eterno, se não nos levantarmos para construirmos uma nova vida e é essa oportunidade que temos hoje. Poderíamos passar uma vida contando da escuridão que se fez dentro de nós, porque todos aqui nessa casa vêm de famílias que conheciam as doutrinas do além-vida, pois nossas dores e sofrimentos em nada ajudaram os que ainda se encontram perdidos na escuridão. No entanto, mesmo nossa pouca força em recomeçar, mesmo ainda doentes, mesmo marginalizados, e cheios de culpas, ainda assim temos conseguido ajudar a outros e a melhorar nossas próprias condições. Felipe se levantou e disse-nos: </span><span style="background-image: initial; background-repeat: initial; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt; line-height: 16.406665802002px;">–</span> V<span style="font-size: 12pt; line-height: 17.1200008392334px;">enham vamos lhes mostrar algo, amigos. Ele se dirigiu a um dos quartos, abriu a porta e eu quase caio para trás com o que vi: era um minicemitério, onde sobre uma lápide preta um jovem, vestido com roupas negras e rasgadas, dormia um sono agitado. Ali, o cheiro de putrefação era quase insuportável. Também chovia muito lá dentro, a dor era terrível, e de nossa equipe apenas João guiné e Maria conseguiram entrar, o restante parou diante da porta. Humberto se ajoelhara, como se a dor o transpassasse como uma espada, enquanto gemendo pedia a misericórdia de Deus. Eu me apoiara no jovem Marcos, pois me sentira sufocado, quase sem ar. O jovem Fernando, que até agora se mantivera calado disse-nos: </span><span style="background-image: initial; background-repeat: initial; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt; line-height: 16.406665802002px;">–</span> S<span style="font-size: 12pt; line-height: 17.1200008392334px;">enhores esse é o quadro mental de um de nossos irmãos que acabou de ser socorrido por nossa equipe, ele ainda não se deu conta de seu estado e sua mente criou tudo o que seus olhos veem. Então, nosso amigo João Guiné e o Dr. Tomazine levantaram as mãos para o alto e uma fumaça branca foi desfazendo a escuridão, enquanto o quarto foi tomando ares hospitalares. Foi quando uma dezena de aparelhos, antes invisíveis aos nossos olhos e que estavam ligados ao enfermo, agora se faziam presentes, permanecendo conectados àquele ser, que continuava a dormir. O terror que sentíramos havia passado, mas a densa energia ainda se fazia presente no ambiente. Humberto e eu conseguimos nos recompor. </span><span style="background-image: initial; background-repeat: initial; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt; line-height: 16.406665802002px;">–</span> A<span style="font-size: 12pt; line-height: 17.1200008392334px;">gora, amigos, podemos saber um pouco mais desse nosso irmão. </span><span style="background-image: initial; background-repeat: initial; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt; line-height: 16.406665802002px;">–</span><span style="font-size: 12pt; line-height: 17.1200008392334px;"> disse-nos Maria... </span></div>
<div>
<span style="font-size: 12pt; line-height: 17.1200008392334px;"><br /></span></div>
</div>
Mensageiro de Aruandahttp://www.blogger.com/profile/08010220269758840288noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4860315835382060869.post-23466602320175114312014-10-28T23:00:00.002-02:002014-10-28T23:00:30.663-02:00Página 51<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif;">Saímos acompanhando o doutor Tomazine e nosso novo amigo, que aqui chamaremos apenas assim por um pedido seu, exclamou: – Hortência, estou no plano espiritual há pouco tempo e alguns ainda sofrem com minha ausência física. Acho que ainda não lhes faria bem saber muito mais sobre mim. Depois do pedido do amigo, seguimos pelos corredores que agora estavam vazios por completo. Seguíamos em silêncio, pois, a cada passo que dávamos rumo ao nosso destino, uma tristeza ia tomando conta de nossos corações. Enquanto isso, o ambiente foi mudando gradativamente e os corredores, antes de um branco alvo, preencheram-se de lindas cores e belos trabalhos artísticos nas paredes, esculturas conhecidas pelos homens na terra surgiam no trajeto e eram mais lindas vistas por aqui no plano espiritual. Aquela que mais me fascinava era uma imagem de piedade e compaixão: o corpo de Jesus, descido da cruz, no colo de Maria. No trajeto já começava o trabalho de socorro, pois tal imagem conhecida pelos homens na carne tinha ali um significado ainda mais transcendente, traduzindo aos nossos corações o excelso amor celeste. Uma grande porta de madeira entalhada encontrava-se ao fim do corredor, e, eu, a essa altura, já me esquecera que aquele ambiente tão lindo se tratava de um hospital. As portas se abriram e nos vimos em frente a uma bela e moderna vila em formato de U. As casas eram construídas em estilo colonial, todas brancas e com lindas varandas. Ao centro, havia um lindo jardim e o calçamento todo de pedras que brilhavam, reverberando a luz do sol. Lindos pássaros cantavam, enquanto cachorros passeavam entre as pessoas, que ou caminhavam, ou conversavam sob a sombra de uma árvore. Alguns, sentados em bancos, liam, outros aproveitavam para tirar um cochilo. Mas, o que neste paraíso me chamava atenção era o sentimento de tristeza que podíamos ali perceber: uma energia densa e que contagiava o local. Quase não se via sorrisos. Os poucos que ocorriam vinham, logo identifiquei, dos trabalhadores do local, que trajavam uniformes azuis-celestes e, descalços, caminhavam na companhia daqueles seres amargurados. Então, questionei aos nossos anfitriões acerca de onde nos encontrávamos. Foi Dr. Tomazine que me respondeu: – Mensageiro, essa é uma clínica para espíritos em depressão, irmãos doentes, que não aceitam sua realidade espiritual. Eles partiram do plano espiritual com a certeza de que cumpririam seu cronograma, mas se desviaram do caminho e, ao retornarem à casa do pai, se martirizam e sofrem pelo seu suposto fracasso. – E como vocês ajudam tais pessoas a voltarem para a realidade e em que tipo de situação esses irmãos chegam aqui? – perguntou Helena muito intrigada. – Helena – disse nosso amigo – aqui se encontram todos os tipos de espíritos, religiosos, cientistas, políticos, pessoas que teriam um papel de destaque em sua comunidade e que desperdiçaram seu desenvolvimento intelectual apenas consigo mesmos ou fizeram apenas metade do que planejaram e acharam pouco, esquecendo que o planeta terra é uma escola que muda, muitas vezes, nossas lições, conforme você vai traçando seus próprios caminhos. Esqueceram-se de que não houve desperdício reencarnatório, ou seja, que apenas tiveram que aprender outra coisa ou trilharam outros caminhos e que aqui voltam para planejarem-se, novamente, para retornarem, então, à escola, melhor preparados. O plano reencarnatório é de extrema importância, porém ele não é imutável. Qual lei diz que é impossível mudá-lo, durante a encarnação? Nenhuma. Pois apenas as leis de amor do Pai são imutáveis neste universo. Já o próprio universo não, ele muda constantemente. Assim sendo, tentamos trazer esses seres para essa realidade, o que não é um trabalho fácil. Aqui eles estudam, são tratados por meio de vários tipos de terapias, são levados a reuniões religiosas, no plano terrestre, e executam simples tarefas para que se ocupem com algo produtivo. Eu estava impressionado: quão complexo, afinal, era morrer e quantos mistérios a vida depois da vida ainda me reservaria! Caminhamos entre as pessoas, cumprimentando os funcionários do local, até pararmos diante de uma daquelas casinhas. Nosso amigo bateu na porta e uma linda moça de pele negra e olhos grandes a abriu. Ela revelou um sorriso que a deixou ainda mais linda e nos disse: – Bom dia, doutores! Sejam bem-vin</span><a href="https://www.blogger.com/null" name="1495903eb05de106__GoBack" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif;"></a><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif;">dos! E dando um pulinho abraçou com força nossos amigos. – Olá Mariana! Esses nosso amigos gostariam de conhecê-los. Pode ser? – perguntou o Dr. Tomazine. Ela nos analisou, envergonhada, e disse: – Sim, senhor. A porta se abriu e entramos em uma grande sala circular, com estantes de livros, lindas poltronas em volta de uma lareira. Havia ainda seis portas que dariam aos quartos particulares dos ocupantes daquela linda casa. Na parede acima da lareira, uma frase: “Deixem brilhar sua luz” – Pessoal, o doutor está aqui. – disse Mariana. Então, quatro das seis portas se abriram e de dentro saíram outros jovens da idade de Mariana. Das duas portas que se mantiveram fechadas uma, deduzi rapidamente, seria da jovem que nos recebera, a outra era a dos aposentos da personagem que nos surpreenderia com sua história. Depois de terem abraçado cada qual seu mentor, fomos apresentados. Marcos, Fernando, Felipe e Giovana eram os jovens espíritos que nos trariam grandes lições e encheriam nossos corações com lírios da esperança...</span></div>
Mensageiro de Aruandahttp://www.blogger.com/profile/08010220269758840288noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4860315835382060869.post-28530132261157302472014-09-16T23:00:00.002-03:002014-09-16T23:00:36.508-03:00Página 50<div style="text-align: justify;">
<b><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 15.5555562973022px; line-height: 17.1199989318848px;">Os corredores iam ficando cada vez mais vazios de pacientes lunáticos e com mais médicos que circulavam utilizando diferentes tipos de uniformes, alguns de branco, outros de azul, e ainda outros vestindo uniformes na cor verde. Logo percebi que já não estávamos na Psiquiatria e sim em um Centro Cirúrgico. Chegamos a um elevador, alguns de nós esperaria o próximo, pois não caberíamos todos de uma vez. Assim sendo, entramos junto com a equipe, apenas eu, Maria, João e Helena. Essa última prestara muita atenção durante a viagem, mas mostrava um interesse ainda maior pelo Centro Hospitalar. Eu, que sou do tipo que não aguento ficar calado, dessa vez permanecia em silêncio, mas me esquecendo que no plano espiritual se fala também com o pensamento e não apenas com a boca. Portanto, ouvindo meus pensamentos, João indagou-me em resposta: – Por que uma cirurgia, Ortêncio? Essa é a sua dúvida, fio? – Sim. – respondi meio tímido, pois via que os tarefeiros estavam muito concentrados para responder a um velho curioso e não queria incomodá-los. – Comece a usar o olho do espírito, Ortêncio. – disse-me João. – Você olha nosso irmão muito superficialmente e, assim, acaba vendo apenas o que ele deseja te mostrar. Fechei os olhos por alguns segundos e tentei me concentrar e, quando o abri novamente, o que vi na minha frente, naquela maca, deixou-me horrorizado. Chego a dizer que não estava preparado para tal imagem e fiquei meio que paralisado, sentia também um cheiro forte de podridão invadindo minhas narinas e, por uns instantes, cheguei a perder o raciocínio. O corpo perispiritual daquele pobre infeliz estava coberto de bichos que pareciam sanguessugas. No seu rosto faltavam olhos e nariz, no tórax, haviam se instalado alguns ovoides que lhe sugavam as energias. Eu realmente não tinha esperança, não podia imaginar como ele seria salvo daquilo que ele mesmo criara para si. – Não perca as esperanças, Manoel. – disse-me Maria – O Pai não deixa nenhum de nós para trás. E o que para você parece o fim, para esse infeliz é apenas o recomeço. Nesse momento, o elevador abriu suas portas e eu estava de frente a uma tecnologia jamais vista pelos meus olhos. A primeira vista, aquela parecia ser uma sala de cirurgia comum, mas, olhando com um pouco mais de cuidado, tudo ali parecia ser surreal. Ficaríamos em uma sobressala com cadeiras e que nos separava do ambiente de cirurgia por um enorme vidro. Era um ambiente muito parecido com os que existem em hospitais-escola. De lá, teríamos uma visão ampla do que acontecia na sala de cirurgia. Ainda assim, mais abaixo uma grande tela transmitia o que acontecia para não perdemos nada. Os equipamentos do Centro Cirúrgico eram todos transparentes, mas ganhavam cores conforme as luzes que circulavam por dentro deles. Dessa vez foi Helena quem perguntou: – Pai velho, de onde vem esta energia que movimenta as máquinas? Dos vivos que frequentam a casa espírita ligada a este hospital, fia. Estas máquinas são alimentadas com a doação de fluido anímico que se recolhe no momento da prece, na oportunidade dos passes, com a fé dedicada demonstrada por cada um. Cada médium tem um tipo de energia, ela é </span><a href="https://www.blogger.com/null" name="1487b1e7d4773a60__GoBack" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 15.5555562973022px; line-height: 17.1199989318848px;"></a><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 15.5555562973022px; line-height: 17.1199989318848px;">armazenada e usada aqui para o bem daqueles que necessitam. Nesse meio tempo, a cirurgia já havia começado. O espírito recebia um tipo de anestesia com fluidos que caia sobre sua testa com uma pistola que parecia soltar eletricidade. Desse modo, eram retirados os vermes. Tudo, no entanto, foi sendo feito com muito cuidado. – Mas, por que eles não aplicam uma carga de energia para limpar de uma só vez o espírito? – perguntei, como quem via tudo aquilo como uma grande perda de tempo, pois já fazia duas horas que estávamos ali. – Porque os espíritos sofreriam um grave comprometimento em sem seu corpo perispiritual e em seu campo mental. – respondeu-me um homem que, até então, eu nem havia notado que estava ali. Todos sorrimos ao notar sua presença, tratava-se do diretor espiritual da casa que nos abrigara, Dr. Tomazine, acompanhado de outro espírito muito sorridente e de olhos brilhantes. Esse espírito irradiava uma luz paternal que envolvia a todos: – Este pobre espírito já terá uma caminhada difícil. – continuou o Dr. – Seu perispírito precisará de algumas reencarnações para se curar das chagas criadas pela falta de amor a si próprio. Por isso agimos com tanto cuidado, para que possamos amenizar esse sofrimento, e ajudá-lo a voltar a seu estado normal, com alegria e esperança, e não com traumas e dores. Nesse hospital, mensageiro, o tempo é o que menos importa. – disse-me o homem que acompanhava o Dr. – Aqui temos todo o tempo do mundo para fazermos o melhor, pois trabalhamos sobre a tutela Divina e curamos almas e não corpos. Acho que vocês precisam conhecer outra ala do nosso hospital para que possam entender melhor o que estamos falando. Então, deixamos o Centro Cirúrgico com aquele ser ainda sendo aparado por benfeitores do Mestre de Amor e Carinho, para vivermos mais uma lição que surpreenderia a nós todos e nos ensinaria que a Lei do Amor supera qualquer circunstância mesmo, ainda que na nossa ignorância possamos achar isso impossível...</span></b></div>
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